Um dos momentos mais delicados na criação de suínos é a produção dos leitões. Frágeis ao nascimento e com particularidades que requerem maior atenção, como a deficiência de ferro e o sistema imunológico ainda pouco fortalecido, muitos produtores identificam as fases de maternidade e creche como as mais dispendiosas da produção suína, apresentando inclusive algumas perdas significativas em todo o ciclo.
“O manejo bem estruturado e um olhar atento para não deixar nenhum detalhe escapar durante estas duas fases são de extrema importância para que o leitão cresça, ganhe peso e se torne um suíno forte e saudável. Uma atuação ativa com o objetivo de fortalecer a sanidade e o sistema imunológico destes animais é o que garante ao suinocultor um animal mais pesado ao desmame assim como a melhoria dos índices gerais de produtividade da granja”, explica Felipe Betiolo, médico-veterinário gerente nacional de serviços veterinários da Ceva Saúde Animal.
A suplementação de ferro nos primeiros 2-3 dias de vida do leitão é utilizada mundialmente no combate à anemia ferropriva, uma condição inerente dos leitões, que abrange a totalidade dos animais. Dentre os fatores importantes para o desencadeamento dessa afecção estão a baixa transferência de ferro da mãe por via placentária e consequente pouca reserva de ferro ao nascer, a limitada quantidade do mineral transferido pelo colostro e leite materno, e o rápido crescimento e ganho de peso dos leitões, que demandam o mineral para a formação de músculos e órgãos.
“Uma leitegada anêmica apresenta redução no ganho de peso, crescimento muscular lento e uma maior suscetibilidade a infecções e outras doenças ao longo da vida”, reforça o médico-veterinário, que também enfatiza a importância de ações estratégicas contra outras doenças que são endêmicas nas granjas nacionais. “Doenças como a Coccidiose, Circovirose e Pneumonia Enzoótica são encontradas em número elevado nas granjas brasileiras. É preciso olhar para elas com uma estratégia mais eficiente para reduzir impactos e prejuízos que elas ainda causam na suinocultura do país”.
Citada pelo profissional, a Coccidiose suína é uma doença intestinal de incidência global que acomete os leitões nos primeiros momentos de vida e tem alta prevalência na suinocultura do Brasil. Causada pelo protozoário Cystoisospora suis, a infecção ocasiona diarreia pastosa ou aquosa, de coloração amarelada e odor fétido, na fase final de maternidade, porém com baixo índice de mortalidade.
Já a Circovirose e a Pneumonia Enzoótica são doenças que atingem os leitões um mais velhos, têm alta taxa de mortalidade entre os animais acometidos (circovirose), e impactam toda a vida do animal que sobrevive à estas infecções, sendo considerados “refugos” na produção pelo baixo ganho de peso além do comprometimento imunológico.
A evidente necessidade de imunização dos leitões contra estas doenças vai além da importância para sua saúde física, atuando de forma direta no bem-estar coletivo da granja. Apesar de óbvio, é importante reforçar que os animais saudáveis têm maior facilidade em expressar seu comportamento natural, se relacionam melhor com os outros animais e têm ganhos produtivos mais relevantes.
“O estresse também é um fator que influencia durante toda a vida produtiva do leitão. Inúmeros estudos já apontaram que elevados índices de cortisol (hormônio relacionado ao estresse) nas primeiras semanas de vida dos leitões interferem na qualidade e quantidade da proteína suína produzida. Estresse para estes animais pode ser proveniente de enfermidades, que reduzem seu bem-estar, ou mesmo pelo excesso de manipulação que é recorrente nas fases de maternidade e creche. Pensar em formas de reduzir essa manipulação também se faz necessário”, Felipe declara.
Um estudo realizado na Espanha evidencia que os leitões que passam por menos manipulação apresentam mais tempo em amamentação, o que demonstra uma maior facilidade à retomada do comportamento natural, com uma tendência estatística de menor concentração de cortisol sistêmico. Estes animais também apresentaram um maior ganho de peso médio diário e maior peso ao desmame, o que resulta em maior lucro ao suinocultor no final do ciclo produtivo do animal.
Amiga do bem-estar animal e atenta aos anseios dos produtores, a Ceva trouxe nos últimos anos soluções que contribuem de forma ativa e eficaz para a sanidade e o bem-estar dos leitões. A associação injetável de gleptoferron e toltrazuril com dose única (Forceris®) atua desde os primeiros dias de vida dos animais prevenindo a anemia ferropriva e a coccidiose, se destacou no mercado por reduzir de forma considerável a manipulação dos leitões nos primeiros dias de vida. Agora com a DUO®, combinação das vacinas contra Pneumonia Enzoótica (Hyogen®) e Circovirose (Circovac®) que promove dupla proteção aos leitões com uma única aplicação, a empresa fortalece seu compromisso com o bem-estar animal e parceira do produtor.
“Pensar no futuro é entender que as ações que tomamos hoje com as leitegadas recém-nascidas refletem de forma clara no final da vida produtiva do animal. Um suinocultor que busca melhores resultados precisa olhar também de forma atenta para o bem-estar animal, para a otimização dos processos nessa fase inicial da vida dos leitões. Estamos empenhados para que este cuidado com saúde e bem-estar, eficaz e com menos manipulação dos leitões, se torne cada vez mais frequente na suinocultura mundial”, finaliza.
Fonte: Gisele Assis