A busca por economia de energia elétrica e sustentabilidade na indústria podem andar juntas com uma potente solução. Aproveitando setores que desperdiçam energia térmica em seu funcionamento, a A1 Energia – setor energético da A1 Engenharia – desenvolveu uma Turbina de Recuperação de Energia (TRE). O equipamento equilibra essas duas necessidades de grandes empresas, e tem apresentado bons resultados.
As indústrias que fazem cogeração de energia da forma convencional, com vapor superaquecido, injetam adicional de combustível para superaquecer o vapor. Com os custos da biomassa atualmente, esse adicional acaba inviabilizando o projeto em muitos casos. A TRE não precisa dessa queima, gerando energia a partir do vapor saturado. A pressão que é produzida na caldeira precisa ser reduzida em uma válvula redutora para se adequar à pressão do processo. A turbina faz esse trabalho e ainda reaproveita a energia térmica antes dissipada na válvula e a transforma em energia elétrica.
Assim, além de evitar queima de combustível adicional, acaba gerando energia elétrica a partir de uma energia térmica que seria desperdiçada. “Esse tipo de eficiência energética está sendo cada vez mais valorizado, porque além da empresa poder apresentar uma preocupação com o meio ambiente, ainda economiza na fatura de energia”, afirma Gabriel Matias, Engenheiro de Aplicação da A1 Energia. Um dos casos de destaque é a TRE que funciona na Argentina e tem recuperado cerca de 800 kW por hora – considerando o custo médio do kW.h no Brasil de R$ 0,30, a economia anual de energia pode chegar a R$ 2 milhões.
A recuperação é de uma energia térmica que seria desperdiçada na válvula redutora, sem precisar produzir vapor adicional ou injetar combustível excedente, por isso a TRE tem sido atrativa para variados setores, apesar de pouco conhecida. Além da soja, há outras possibilidades de aplicação da TRE, algumas das quais já utilizam a turbina da A1, como indústria química, frigorífico e fábricas de bebidas. “Estamos estudando a instalação de uma TRE no setor madeireiro. Isso pode viabilizar e se tornar um projeto atraente apenas elevando um pouco a pressão de projeto da caldeira”, conta Matias. “A estufa de secagem de madeira tem um consumo de vapor acima de 20 toneladas e, com o equipamento correto para implantação da TRE, a empresa pode chegar à autossustentabilidade energética”.
Fonte: Bruno Camargo