Nos últimos três anos a agricultura brasileira, de modo geral, vivenciou um dos melhores períodos de todos os tempos nos mais variados cultivos. Foi um ciclo onde praticamente tudo deu certo: o câmbio ajudou, o clima colaborou, o mercado externo aqueceu, o mercado interno favoreceu, os custos de produção baixaram e uma série de combinações que trouxeram tempos de muita bonança para o setor no Brasil.
Já neste 2023, embora as margens ainda estejam positivas, o cenário indica volta à normalidade pré-pandemia, com isso os produtores vão precisar ser ainda mais eficientes da porteira para dentro em 2024. Estas e outras análises farão parte da programação do Fórum Getap Inverno 2023, no próximo dia 28 de novembro, em Indaiatuba/SP, que além de todas as tendências do mercado de grãos, também irá reconhecer e premiar os agricultores de alta performance, inscritos no 5ª Concurso de Produtividade no Milho.
Segundo Anderson Galvão, fundador e CEO da Céleres (consultoria focada em agronegócio), responsável pela criação do Getap (Grupo Tático de Aumento de Produtividade), a temporada 2023/2024 já indica sinais importantes “A safra de milho verão que está plantada no Sul do Brasil e a safra do cereal que será plantada após a colheita da soja, em outras regiões do País, apontam que com os desafios, principalmente climáticos, o agricultor, de fato, tem que ser mais produtivo, eficiente e profissional. Tudo isso passa por um contexto de tecnologia, gestão e administração do negócio”, destacou.
Essa mais recente safra de milho, colhida em julho deste ano (a qual os produtores puderam se inscrever para o concurso de produtividade), está no geral com a venda atrasada. De acordo com Galvão, eles estão segurando a produção na busca por melhores preços. “Por um lado, o produtor está estocado, ele vendeu pouco milho, até porque estava capitalizado. Por outro lado, ele vê pela frente um cenário de desafios e incertezas. Portanto, a principal mensagem que vamos reforçar no Fórum Getap é que será fundamental combinar eficiência econômica com gestão”, adiantou.
O especialista reforça ainda que a classe produtora pode continuar crescendo como tem sido historicamente, mas é fundamental ter os pés no chão, afinal, os últimos três anos foram atípicos por conta do cenário da pandemia. “O agricultor hoje é mais eficiente do que ontem, mas amanhã ele terá que ser mais eficiente ainda. Esse é um processo de melhoria contínua e precisa passar obrigatoriamente pela adoção de tecnologias, afinal, foi isso que trouxe a agricultura brasileira ao patamar atual, referência no cenário mundial”, diz Galvão.
Os campeões de produtividade
O Getap é uma iniciativa que busca reunir especialistas do agronegócio para discutir temas relevantes e disseminar conhecimento e boas práticas no manejo da cultura do milho, com o objetivo de aumentar a produtividade e, consequentemente, a produção da cultura no País. Para isso, é promovido o concurso, onde a indústria e a cadeia do setor se reúnem para premiar produtores com os mais altos níveis de produtividade, alinhando isso à rentabilidade, tecnologia e sustentabilidade nas categorias irrigado e sequeiro.
Nesta 5ª edição, o concurso contou com 210 inscritos, dos quais 129 foram auditados até o início de outubro. No total, produtores de nove estados participaram (MA, BA, MT, MS, GO, MG, SP, PR, SC), que juntos representam quase 90% da área plantada de milho de inverno no Brasil.
Além de premiar os campeões em produtividade do milho de 2023, o Fórum Getap Inverno vai reunir especialistas do setor para discutir cenários e tendências de mercado. A programação começa às 7h30 com credenciamento e café da manhã. Às 8h, o fundador e CEO da Céleres fará a abertura oficial. Ele apresentará overview de mercado do milho diante dos três pilares: economia, agronomia e sustentabilidade.
Entre os palestrantes convidados, estão: o professor Césio Brito, doutor em fitotecnia da Universidade Federal de Uberlândia e Augusto Silva, doutor do Instituto Brasileiro de Agricultura Sustentável – IBA. Completa a seleta lista o supervisor de transferência de tecnologia da Embrapa, Sérgio Abud, que também é coordenador da caravana Embrapa FertiBrasil.
Fonte: Kassiana Bonissoni