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País precisava de um programa para qualificar aplicadores de agroquímicos

Salienta coordenador da Unidade de Referência

Brasil vem evoluindo bastante em qualidade de máquinas, produtos químicos e biológicos, mas nem sempre esse conhecimento chega ao trabalhador rural, diz pesquisador; treinamento específico na área será lançado na feira Agrishow

Jundiaí (SP) – Coordenador da Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agroquímicos (UR) e um dos mais renomados especialistas do Brasil na área, o pesquisador científico Hamilton Ramos aplaude a criação do Programa Nacional de Habilitação de Aplicadores de Agrotóxicos e Afins, também chamado “Aplicador Legal”. A medida, anunciada pelo Governo Federal nas últimas semanas, determina a formalização de cadastramento de aplicadores desses produtos, com obrigatoriedade de treinamento para os trabalhadores.

“Temos avançado bastante em relação à qualidade de máquinas, produtos químicos e biológicos, por exemplo. Entretanto, no momento de usar essas tecnologias, o agricultor e o aplicador ainda cometem erros estratégicos, que põem em risco a sanidade de lavouras, a saúde humana e o meio ambiente. Treinamentos na área atendem hoje somente entre 30% e 40% das pessoas alocadas na aplicação de agroquímicos, geralmente as que possuem relações de trabalho”, resume Ramos.

O pesquisador destaca também que a Unidade de Referência ou UR fará entre os dias 26 e 28 de abril, durante a feira Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), o lançamento de um programa pioneiro, no Brasil, com vistas à qualificação e à habilitação de aplicadores de agroquímicos.

Ramos explica que a UR resulta de uma parceria entre o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, situado em Jundiaí (SP), e o setor privado. A UR foi criada há cinco anos, com o propósito de levar educação a agentes multiplicadores de informação ao campo. Já passaram por treinamentos específicos da entidade entre 50 e 60 profissionais, no período anterior à pandemia de Covid-19.

Desafios nas pequenas propriedades

Conforme o pesquisador, o novo programa de qualificação da entidade está aberto a empresas do agronegócio, agricultores, engenheiros agrônomos e consultores. “Além de capacitar esses profissionais, o modelo possibilita formar multiplicadores do treinamento, para estender conhecimento no âmbito de companhias do agro, prefeituras, Secretarias de Agricultura, sindicatos rurais e outros parceiros potenciais”, complementa Ramos.

De acordo com ele, o treinamento da UR foca na Norma Regulamentadora 31.8 (N.R. 31.8), do Ministério do Trabalho e Previdência e também nos preceitos do “Aplicador Legal”, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ambos definem diretrizes, comportamentos, competências e regras atreladas a agroquímicos. “A aplicação do programa da UR ocorre nos formatos semipresencial e em módulo EAD (ensino à distância). O conteúdo se encontra pronto, gravado e as adesões terão início após o lançamento da plataforma em Ribeirão Preto.”

Baseado em dados da UR e do IBGE, o pesquisador ressalta ainda que, nos dias de hoje, 80% das propriedades rurais brasileiras têm menos de 100 hectares, ao passo que 50% destas não ultrapassam dez hectares. “É no produtor com esse perfil que necessitamos chegar com força para melhorar a qualidade das aplicações de agroquímicos. A medida governamental estreitará caminhos para melhor difusão de informações e aprimoramento da mão de obra especializada”, finaliza Hamilton Ramos.

Fonte: Bureau de Ideias Associadas

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