Proteger cultivos-âncoras do agronegócio de ataques de pragas como lagartas, mosca-branca e cigarrinha-do-milho, entre outras, sem ocasionar impactos nocivos ao meio ambiente, parecia inviável até pouco tempo atrás. Na safra 2023-24, a Openeem Bioscience não somente mostrou que isso é possível como também encampou a consolidação de uma nova categoria de mercado para os defensivos agrícolas, a dos de matriz botânica, ou ‘botanicidas’, uma descoberta da empresa 100% brasileira.
A Openeem registrou aumento de vendas da ordem de 90% para seus ‘botanicidas’ na safra passada. Apenas um dos itens do portfólio, o inseticida Valente®, cobriu cerca de 1 milhão de hectares de lavouras, resultado considerado acima da média para uma tecnologia recente, praticamente na segunda safra comercial e diante de um agricultor muitas vezes conservador, nem sempre aberto a aderir rapidamente a mudanças nos padrões de manejo.
“Tivemos um índice de recompra altíssimo durante a safra 2023-24, um sinal de adesão potencial consistente a essa nova tecnologia em agroquímicos”, reforça Fernando Manzeppi, novo sócio e vice-presidente comercial e de marketing da Openeem, alto executivo com passagem por gigantes do setor químico, como Nufarm e Sumitomo Chemical. “A meta para a temporada
2024-25 é novamente dobrar as vendas da empresa”, continua Manzeppi.
Em 2023-24, acrescenta o executivo, cresceu também a estrutura de distribuição da Openeem, que já abarca mais de 100 pontos em seis estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. “Estaremos em outras áreas relevantes do agronegócio no ciclo 2024-25, através de novas parcerias com grandes distribuidores de insumos estratégicos”, ele adianta.
Segundo Manzeppi, a safra 2023-24 marcou ainda a reestruturação da equipe técnica de campo da Openeem. “Foram realizados investimentos para atender demandas tanto no acesso via cooperativas como revendas e também por vendas diretas”, diz o executivo. Até 2030, a empresa tem por expectativa chegar à cifra de R$ 400 milhões em negócios.
Triterpenos® Bioativados
Fundada pela empresária Gabriela Lindemann (CEO), a Openeem liderou a descoberta de uma linha de defensivos agrícolas baseada numa nova classe química, desconhecida até há pouco, a dos Triterpenos® Bioativados, extraída de mais de 300 compostos presentes na árvore do ‘nim’, planta milenar hoje cultivada pela empresa em floresta com 500 hectares, no estado do Pará.
Os Triterpenos® Bioativados, cuja toxicidade é zero, ancoram a fabricação do inseticida Valente®, do nematicida Brutus® e do fungicida Bravo®, este em fase de registro nos órgãos reguladores, para doenças de diversas culturas.
O portfólio de matriz botânica, de alta potência agronômica, abrange ainda a marca Ânima® (bioestimulante). Na safra 2024-25, complementa Fernando Manzeppi, a Openeem deve introduzir no mercado o condicionador de solo Gênese® e o herbicida Sagaz®, além de um insumo específico para tratamento de sementes.
Números de controle e produtividade
A linha de defensivos agrícolas da Openeem tem por características aplicações isoladas sobre pragas específicas – caso do inseticida Valente® – e uso em sinergia com agroquímicos sintéticos tradicionais e bioinsumos, com vistas a reduzir a resistência de insetos a produtos químicos utilizados repetidamente, por exemplo.
“A formulação de Valente® permite que o agricultor o utilize isoladamente, em aplicações preventivas, antecipadas, visando a pragas nos estágios iniciais. Trata-se de uma tecnologia eficaz na quebra do ciclo reprodutivo de insetos e com longo residual frente à cigarrinha-do-milho, aos percevejos e às lagartas da soja e à mosca-branca no feijão”, explica Leonardo Ferreira, gerente de marketing, recém-chegado à Openeem, depois de passar por grandes empresas de proteção de cultivos, sementes e biotecnologia.
Segundo ele, nas últimas três safras de soja a equipe de desenvolvimento da Openeem sumarizou resultados de 237 áreas comerciais nas quais foi aplicado o inseticida Valente®. “Observamos controle do complexo de pragas da cultura 25% mais efetivo, comparativamente a tratamentos-padrão”, diz Ferreira. “Em relação à produtividade, houve acréscimo médio de 4,2 sacas por hectare.”
Já no milho, ele acrescenta, o resultado médio de 157 áreas comerciais revelou controle do complexo de pragas 30% maior frente ao padrão de mercado, além do registro de 88% na redução das populações de percevejos, cigarrinhas, lagartas e pulgões, face a uma produtividade de 6,4 sacas a mais por hectare.
“Tivemos em 2023-24 uma das mais desafiadoras safras da história do agro”, afirma Gabriela Lindemann, CEO. “Há muito a celebrar no nosso desempenho, sobretudo em relação à movimentação e ao resultado agronômico dos produtos botanicidas”, ela diz. “Consolidamos um modelo de distribuição e conquistamos clientes importantes, entre revendas, cooperativas, sementeiras e grandes grupos do agronegócio”, finaliza.
Fonte: Fernanda Campos