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IBGE divulga o PIB do Brasil nesta quinta

Analistas comentam sobre suas expectativas em relação ao PIB do primeiro trimestre de 2023

Na quinta (02) será divulgado pelo IBGE os dados do PIB do quarto trimestre e do ano de 2022. Entre as projeções, o Itaú espera uma estabilidade mais próxima da margem com 0,0% no trimestre e 2,2% de variação positiva no ano, com destaque para os setores de agropecuária e serviços. Já o Bradesco espera um crescimento de 0,1% na comparação com o terceiro trimestre e 3% no ano, o que pode ser resultado do desempenho de consumo das famílias e exportações líquidas.

Segundo Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, a expectativa é que os dados venham em linha com as expectativas de mercado e mostrando uma clara desaceleração da economia brasileira no segundo semestre de 2022, causada principalmente pelas incertezas políticas, que tirou um pouco a confiança do consumidor e dos empresários para consumirem e investirem mais, respectivamente.

Nos últimos trimestres, Idean explica que tivemos não só os auxílios por parte do governo, mas a confiança do consumidor e do empresário aumentando no primeiro semestre, o menor nível desemprego dos últimos anos, subsídios na energia e nos combustíveis, o que ajudou a aumentar o consumo das famílias, com destaque para serviços, que ainda vinha combalido da pandemia, e deve ter o seu melhor ano depois da crise da Covid: “Tudo isso acontecendo, apesar dos juros em patamares elevados, o que em tese deveria inibir o consumo, e que só veio ajudar na retração para controle da inflação no segundo semestre, somado a menor confiança no mercado, fez o ritmo de crescimento do PIB desacelerar no segundo semestre. Agora, de toda forma, o resultado deve vir bem acima do esperado e das expectativas iniciais”.

Idean acredita que os setores que podem motivar os resultados que serão divulgados podem vir do forte desempenho do consumo das famílias, em especial no setor de serviços, que ainda tenta se recuperar da pandemia. Turbinado nos últimos meses pela ajuda de auxílios do governo, com direito a um pouco mais de folga no orçamento por conta dos incentivos fiscais nos combustíveis e na energia, ajudou a puxar o forte desempenho do PIB em 2022.

“Somado a isso temos o resultado favorável das exportações líquidas puxadas, principalmente, pela agropecuária através das commodities, em especial soja, minério de ferro, petróleo, carne, entre outras. Em um ano de cadeias produtivas comprometidas pela guerra da Ucrânia, o Brasil mais do que nunca voltou a ser o celeiro do mundo, o que refletiu no bom desempenho do PIB”, analisa o chefe da mesa de operações da Ação Brasil.

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, explica que na projeção do quarto trimestre de 2022 contra o terceiro trimestre, na comparação trimestral, o agronegócio apresentou boa recuperação saindo de um número negativo de 0,8% para uma expectativa de 0,9%: “Lógico que esse é um número positivo, mas isso não muda o cenário do agronegócio no ano de 2022, que foi muito ruim”, explica.

Segundo ele, na indústria se vê o contrário: “A gente tem uma desaceleração, uma perda de tração forte na indústria no quarto trimestre de 2022. No setor de serviços, também vemos uma projeção de perda de tração em relação ao terceiro trimestre do ano. Em números anuais, o setor de serviços foi o que mais se destacou na contribuição do PIB, dado todo o processo de reabertura. Então, para o ano de 2022, o setor que mais contribuiu para o desempenho do PIB, incluindo a nossa projeção para o PIB do quarto trimestre de 2022, foi de fato o setor de serviços”, comenta o especialista.

Ainda na visão de Ricardo, na comparação ano a ano, a maior projeção de contribuição para o PIB segue no setor de serviços, dado toda a performance que esse setor teve em 2022. Na sequência, como destaque temos o setor da indústria e, por último, com performance bem ruim, o agronegócio: “Temos desaceleração nos três segmentos e, mesmo com isso, esperamos esses três setores em destaque”.

Fonte:  Adriane Schultz

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