Um estudo inédito realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) conseguiu identificar as principais plantas que são daninhas ao tomate industrial. A pesquisa relatou 105 espécies de plantas e também o grau de infestação, frequência e dominância de cada uma delas.
Os pesquisadores identificaram que daninhas da espécie Solanum americanum,popularmente conhecida como Maria-pretinha, são as que têm maior potencial para causar prejuízos ao tomate rasteiro, sendo encontrada em 87% das áreas de amostra. Núbia Maria Correia, pesquisadora da Embrapa Hortaliças e responsável pelo projeto, afirma que um manejo de culturas integradas antecedendo ao tomate é fundamental para diminuir a incidência de plantas prejudiciais
“O manejo de plantas daninhas nas culturas usadas na rotação influencia a dinâmica da infestação no tomateiro. Vimos neste trabalho a soja e o milho atuando como daninhos ao tomate. Nessas situações, eles são conhecidos como plantas voluntárias ou tigueras. Por isso, a necessidade de o produtor ver o sistema de produção como um todo”, explica
A principal influência que os outros vegetais podem imprimir sobre o tomate vão além da sucção de nutrientes, algumas espécies, por exemplo, podem atuar como guarda-chuvas, impedindo que o tratamento e os defensivos cheguem até o pé. A pesquisadora diz que o perigo está além das aparências e ressalta para a importância do produtor se mantes atualizado quando a essa questão.
“Comecei esse trabalho depois que constatei a grande incidência da Maria-pretinha na cultura do tomate e realizei alguns estudos para selecionar herbicidas com potencial para o controle. Um produtor me disse que tinha duas ou três espécies de plantas daninhas e, após a avaliação, eu verifiquei cerca de 30 espécies”, finaliza.
Fonte: AGROLINK –Leonardo Gottems
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