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Com capacidade de plantar até 900 mudas por hora, máquinas semi-autônomas impulsionam produtividade no setor florestal

A alta demanda global por produtos de papel e celulose está transformando a maneira como as operações florestais são realizadas, especialmente no Brasil, o maior exportador de celulose no mercado mundial, segundo o Relatório Anual da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) de 2024, tendo exportado US$7,9 bilhões em 2023. Para se manter nessa posição, o setor florestal brasileiro tem enfrentado desafios como a escassez de mão de obra e a necessidade de aumentar a produtividade. Para superar esses obstáculos, empresas do setor têm apostado em soluções autônomas de maquinário. 

Um exemplo de destaque é a introdução da Komatsu D61EM, uma máquina de plantio semi-autônoma equipada com tecnologia de controle e navegação da divisão Autonomy & Positioning da Hexagon, líder em soluções para fabricantes de máquinas agrícolas e florestais. Projetado para trazer autonomia à grande parte do processo de plantio de mudas de eucalipto, a D61EM pode reduzir em até 70% a necessidade de mão de obra, ao mesmo tempo em que aumenta a eficiência e a produtividade das operações florestais. Com capacidade para plantar até 900 mudas por hora, a máquina já é utilizada por grandes players do setor, como a Suzano.

A Komatsu D61EM utiliza cabeçotes de plantio Bracke Forest e sistemas de navegação GNSS da Hexagon para garantir um plantio preciso e autônomo. A máquina é equipada com duas antenas SMART7, que permitem o controle da direção e da velocidade, além de calcular a posição exata das mudas com precisão de 10 centímetros. Essa tecnologia de posicionamento é fundamental para garantir que o espaçamento entre as árvores seja otimizado, aumentando a saúde das florestas e a produtividade.

Este ano, a crescente atividade do ciclo solar tem imposto desafios à agricultura de precisão, especialmente em regiões equatoriais da América Latina. As tempestades geomagnéticas causam a cintilação ionosférica, que interfere na qualidade dos sinais GNSS e pode interromper o funcionamento das máquinas por mais de quatro horas. Isso tem sido uma preocupação para os agricultores, que dependem de alta precisão no posicionamento para suas operações. Neste contexto, sistemas de correção de sinal como o TerraStar, desenvolvido pela Hexagon, são apontados como decisivos para a melhoria no desempenho de posicionamento, com maior consistência na operação durante eventos de cintilação, resultando em redução do tempo de máquinas paradas em até 90%.

De acordo com Adriano Naspolini, diretor de engenharia agrícola da Hexagon, a integração dessas tecnologias reduziu significativamente o tempo de convergência para menos de sete minutos, o que aumenta a produtividade no plantio por dia em até 15%, por máquina. “Com a SMART7, conseguimos uma precisão muito maior e menos tempo de inatividade, o que se traduz em mais eficiência e confiabilidade”, afirma.

A autonomia traz uma solução eficaz para um desafio enfrentado há anos pela indústria florestal: a falta de mão de obra qualificada para o plantio. Com ciclos de cultivo que podem durar de 7 a 8 anos, as plantações de eucalipto exigem plantios contínuos, o que se torna um desafio em áreas de grande escala. 

A introdução de máquinas como a Komatsu D61EM reduz drasticamente a dependência de trabalho humano, permitindo que as operações continuem de forma eficiente, mesmo em períodos de baixa disponibilidade de trabalhadores. A Suzano, por exemplo, que planta cerca de 1,2 milhão de mudas de eucalipto por dia, já se beneficia dessa tecnologia, otimizando o espaço entre as árvores e utilizando dados coletados durante o processo autônomo para melhorar a gestão florestal.

“A coleta de dados durante o plantio é outro aspecto-chave da autonomia que oferece benefícios a longo prazo. Com sistemas avançados que registram a localização exata de cada muda, além de dados sobre as condições do solo e a densidade da floresta, os gestores podem tomar decisões mais informadas sobre atividades de manutenção, como irrigação e controle de pragas. Isso permite uma gestão mais eficiente das plantações e melhora o rendimento das colheitas ao longo dos ciclos de crescimento”, afirma Adriano.

Fonte: Carolina Monteiro

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