A taxa de concepção é um indicador-chave na reprodução bovina, pois representa o percentual de vacas que ficaram prenhas em relação ao total de vacas inseminadas. Entretanto, Rodrigo Cistolo Lopes, consultor técnico da Trouw Nutrition, destaca que alcançar altos índices de concepção apresenta desafios, como mortalidade embrionária, qualidade do sêmen, balanço energético negativo no pós-parto e estado nutricional dos animais. Além disso, afecções uterinas e ovarianas, bem como falhas na técnica de inseminação artificial, também podem impactar negativamente os resultados.
“A maioria das propriedades pecuárias do Brasil utiliza o sistema de criação a pasto, com o capim sendo o principal alimento dos animais. No entanto, em regra, os solos tropicais apresentam deficiência de fósforo e de alguns micronutrientes essenciais para a reprodução. Além disso, macronutrientes, como proteínas, carboidratos e lipídeos, também podem ser insuficientes. Destaque para a proteína, que tem seu teor reduzido no pasto durante o período seco, não atendendo às exigências das matrizes em fases específicas da gestação. Por todos esses fatores, é fundamental fornecer nutrição adequada, com ingredientes de alta qualidade e devidamente balanceados, para melhorar a taxa de concepção”, ressalta o especialista.
Além disso, a ausência de determinados suplementos pode afetar a fertilidade do rebanho. Vacas com deficiências nutricionais prolongadas podem apresentar ausência de cio e outras complicações, como hipocalcemia e distúrbios reprodutivos.
O consultor técnico da Trouw Nutrition detalha que o sucesso reprodutivo pode ser assegurado com suplementação intensificada em momentos estratégicos, como nos períodos pós-desmama e pós-parto, objetivando manter o escore corporal adequado da matriz. “O período pós-desmama pode ser uma fase interessante para recuperar o escore da fêmea, uma vez que não há demanda nutricional para produção de leite e a exigência nutricional para a gestação ainda é baixa”, completa Rodrigo Lopes.
Fonte: Raphaela Candido
