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Como a Influenza Equina afeta os cavalos?

Doença respiratória é uma das mais importantes que impactam os animais e pode gerar perdas econômicas

A Influenza Equina, ou gripe equina, é a doença respiratória mais importante na espécie. Embora tenha alta morbidade e baixa mortalidade, essa é uma enfermidade de notificação obrigatória que gera impactos econômicos muito relevantes, principalmente quando infecta animais de esporte. Por ser uma doença altamente contagiosa, os equinos contaminados precisam permanecer isolados, o que aumenta os custos com cuidados médicos veterinários e manejo de rebanho.

“A doença atinge o sistema respiratório dos equinos, independente de raça ou sexo, podendo ocorrer em qualquer idade, mas com predileção por animais entre 1 e 3 anos, e é causada pelo Vírus da Influenza Equina (EIV) podendo ser de subtipo 1 (H7N7) ou subtipo 2 (H3N8). O vírus é endêmico em diversos países, e o principal agente de problemas respiratórios em equinos no mundo”, explica a médica veterinária e gerente de linha de produtos para equinos da Ceva Saúde Animal, Baity Leal.

Quadros de Influenza Equina podem ocorrer em qualquer época do ano, mas é na época de provas, torneios e eventos que promovem grande concentração de animais onde os surtos epidemiológicos acontecem com maior frequência, já que a disseminação do vírus ocorre pelo ar ou por contato direto entre animais ou com suas secreções. Em populações suscetíveis o número de animais contaminados pode chegar a 100%.

A incubação do vírus leva de 1 a 3 dias, e os animais permanecem infectados por até 6 dias após os últimos sintomas da doença. “Depois de ser inalado, o vírus se replica no epitélio do trato respiratório superior, promovendo algumas lesões na região e ocasionando os sintomas respiratórios do animal, como a tosse e secreção nasal”, detalha Baity.

Os sintomas, de modo geral, aparecem de forma súbita e o primeiro e mais evidente é a febre em torno de 41ºC, seguida de apatia, tosse seca, corrimento nasal aquoso, anorexia e perda de peso, lacrimejamento e corrimento ocular. Em garanhões pode ocasionar orquite. “Os danos no epitélio respiratório podem ser facilitadores de infecções bacterianas secundárias, sendo possível evoluir para broncopneumonia, pleuropneumonia ou adenite equina, conhecida como Garrotilho”, afirma Baity.

A taxa de mortalidade é baixa em animais adultos, mas potros que não possuem anticorpos maternos podem apresentar sinais graves de pneumonia viral e ir a óbito. Animais imunocomprometidos estão predispostos a complicações como miosite, miocardite e encefalites. Alguns estudos sugerem que infecção prévia pelo vírus da Influenza Equina pode predispor a doenças pulmonares sérias como Hemorragia Pulmonar Induzida por Exercício (HPIE) e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

“O tratamento é sintomático, prezando pelo isolamento do animal para reduzir o risco de transmissão do vírus. O trabalho e outras atividades corriqueiras devem ser suspensas, mantendo repouso total do animal a fim de evitar estresse que possa agravar o quadro. Recomenda-se que o tempo de repouso seja de 1 semana para cada dia que o animal tenha apresentado febre, e o retorno às atividades precisa ser gradual”, diz Baity.

A prevenção da Influenza Equina é feita com a vacinação de todos os animais do plantel, visto que os equinos com falhas no sistema imunológico são passíveis de infecção e consequente transmissão do vírus para os demais animais. As éguas prenhes podem ser vacinadas no final da gestação pela possibilidade de transmitir os anticorpos aos potros. A primeira dose da vacina deve ser administrada aos 3 meses de idade, com reforço em 28 dias, e repetição anual. A vacinação é capaz de reduzir a gravidade da doença e a propagação da infecção do vírus.

Os animais novos no plantel devem ser mantidos separados dos demais por um período de quarentena, principalmente se não apresentarem comprovação de vacinação contra influenza. Todos os equinos destinados a eventos em que possam ocorrer aglomerações de animais devem ser vacinados.

“Os cuidados para se evitar a Influenza Equina são essenciais na equinocultura mundial, já que os prejuízos promovidos pelo vírus englobam desde o isolamento e tratamento do animal, o tratamento de infecções bacterianas secundárias, impedimento de trânsito e outras complicações”, finaliza Baity.

Fonte: Gisele Assis

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