Uso de antimicrobianos na produção de suínos

Uso de antimicrobianos na produção de suínos e os caminhos adotados pelo Brasil

O debate sobre a utilização de antimicrobianos na criação animal acontece há alguns anos e mais recentemente tem se intensificado com a cobrança de entidades reguladoras para a redução do uso, além de algumas proibições. O aumento de bactérias resistentes a antibióticos e a implicação na saúde humana geraram diversas discussões mundiais.

Mas como essa questão é trabalhada no Brasil? Quais as estratégias do País para atender as normas que regulamentam o uso prudente de antibióticos na suinocultura? Essas foram algumas das questões abordadas na palestra “Uso prudente de antimicrobianos na suinocultura: qual o nosso caminho?” na 13ª edição do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura. O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e segue até esta  virtualmente.

A temática foi abordada no Painel Antimicrobianos pela médica veterinária, mestre e doutora e pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Jalusa Deon Kich. De acordo com ela, o uso de antimicrobianos na suinocultura tem possibilitado, durante décadas, a manutenção de padrões sanitários, o que melhora o bem-estar dos animais e resulta em benefícios zootécnicos para as granjas. Porém, a Organização Mundial de Saúde (OMS) fez uma chamada global para a redução do uso, introduzindo recomendações a partir de 2009.

De acordo com Jalusa, o Brasil está traçando seu caminho nessa questão, embora ainda há muito a se fazer. Para ela, o tema está sendo debatido porque o consumidor está interessado, quer saber se a produção é sustentável e os padrões de qualidade dos alimentos. “Mas a grande questão é a saúde pública”, frisou, ao citar que o uso indiscriminado pode gerar resistência aos antibióticos e acabar interferindo, também, na saúde humana.

A suinocultura possui uma cadeia produtiva avançada, tecnológica e com produção de proteínas de alta qualidade. No passado se utilizava antimicrobianos como melhorador de desempenho zootécnico. Porém, o uso excessivo gerou uma preocupação mundial e, seguindo as discussões, o Brasil está se adaptando a novas formas de criação, visando reduzir o uso.

O Brasil, como país membro da OMS, elaborou o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Saúde Única, com participação de diversos ministérios e órgãos regulamentadores. Alinhado à Força Tarefa Intergovernamental sobre Resistência aos Antimicrobianos (TFAMR), criou um Grupo de Trabalho liderado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

De acordo com Jalusa, a partir de um olhar sistêmico para a questão, surgiram conceitos de uso prudente, uso racional e uso consciente. “Na prática, dizem respeito à boa conduta técnica para a decisão de uso”, disse, ao explicar que alguns são proibidos, mas se mantém o uso para fins terapêuticos, para tratar, controlar ou prevenir doenças.

Nesse contexto, Jalusa ressaltou que as palavras de ordem são saúde e bem-estar. “O Brasil possui um plano nacional que norteia ações multidisciplinares alinhadas com organismos internacionais. Iniciou também um programa de vigilância de resistências em amostras bacterianas. A indústria brasileira, atenta a esta tendência, tem desenvolvido iniciativas que visam a redução do uso. Este arcabouço de informações deve constituir um programa integrado que oriente a regulamentação baseada em evidências científicas e decisões corporativas que incorporem o conceito de uso prudente”, salientou.

12ª BRASIL SUL PIG FAIR

Em torno de 60 empresas de tecnologia, sanidade, nutrição, genética, aditivos e equipamentos para suinocultura participam da 12ª Brasil Sul Pig Fair. A feira consiste em um espaço virtual onde as empresas geradoras de tecnologias apresentam suas novidades e seus produtos, permitem a construção de networking e o aprimoramento técnico dos congressistas. O acesso para a feira é gratuito.

APOIO

O 13º SBSS tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Embrapa, da Prefeitura de Chapecó, da Unochapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

 

PROGRAMAÇÃO DO 13º SIMPÓSIO BRASIL SUL DE SUINOCULTURA 2021

13h30 às 13h35 – Painel Nutrição

13h35 às 14h15 – Nutrição de precisão: em busca da máxima eficiência.

Palestrante: Mário Penz

14h15 às 14h35 – Discussão

14h40 às 15h20 – Visão estratégica de ingredientes nutricionais (mercado internacional e impacto interno).

Palestrante: Uislei Orlando

15h20 às 15h40 – Discussão

15h40 às 15h55 – Intervalo

15h55 às 16h – Painel Sanidade

16h às 16h40 – O que não vemos: micotoxinas e suas interações (vacinas, performance, CDRS, desafios entéricos).

Palestrante: Paulo Dilkin

16h40 às 17h – Discussão

17h05 às 17h45 – Papel dos agentes primários e secundários no Complexo de Doença Respiratória dos Suínos e suas interações (foco em Influenza, Mh e APP).

Palestrante: Djane Dallanora

17h45 às 18h05 – Discussão

Fonte: MB Comunicação