*Por Reginaldo Ribeiro
A transformação digital deixa de ser um diferencial e passa a ser obrigatória para a sobrevivência de negócios que envolvem manufatura. Não tenho receio nenhum ao ser taxativo nessa frase.
Os números ajudam a sustentar minha tese. Levantamento de 2022 da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que apenas 7% das empresas sondadas adotavam dez ou mais recursos tecnológicos. Os indicadores apontam que a transformação digital, ou a Indústria 4.0, é um caminho ainda a ser percorrido.
Há iniciativas neste sentido. A própria CNI criou em 2022 um grupo de trabalho de transformação digital, dentro do projeto “Mobilização Empresarial pela Inovação”.
“O tema ocupa lugar cada vez mais importante na agenda política dos países na medida em que a transformação digital avança nas empresas e na economia como um todo. A despeito disso, as empresas brasileiras ainda se encontram, em média, em níveis intermediários de maturidade em transformação digital”, assinala o texto de divulgação do projeto.
Entendo que esforços como o da Confederação e a conscientização do industrial brasileiro sobre a importância da transformação digital são imprescindíveis para a manufatura voltar a ter peso no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Nos anos 1980, essa participação era de 25%, atualmente, está na casa dos 10%.
Evidentemente, quando falamos em transformação digital não estamos nos referindo apenas à digitalização de processos, trâmites, operações, procedimentos. Tampouco diz respeito à automação de máquinas e equipamentos. Estamos falando de um estágio em outro patamar. É inteligência artificial, internet das coisas.
As inovações em tecnologias da informação (TI) e comunicação se tornam indispensáveis para que tenhamos processos mais ágeis, com menos desperdício, menos sujeitos a gargalos, interrupções, atrasos. As soluções que startups e outros empreendimentos em TI colocam no mercado vêm para atender essa necessidade.
O industrial brasileiro não precisa ir ao exterior em busca de soluções para sua transformação digital. Há produtos desenvolvidos aqui, mais perto do que se imagina. Não é necessário recorrer à importação de tecnologia para impulsionar a transformação digital de seu negócio. O importante é movimentar-se, fazer a roda girar, descobrir a chama da inovação. A indústria 4.0 é nosso dever de casa.
*Reginaldo Ribeiro, fundador e CEO da COGTIVE
Fonte: Engenharia de Comunicação