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Tétano em equinos: uma ameaça silenciosa com alta letalidade

O tétano continua sendo uma das enfermidades mais temidas na medicina equina. Causada pela bactéria Clostridium tetani, amplamente distribuída no solo, trato intestinal dos equinos e em matéria orgânica, a doença é resultado da ação de uma toxina extremamente potente, a tetanospasmina. Essa toxina alcança o sistema nervoso central pelos nervos periféricos e bloqueia a liberação dos neurotransmissores inibitórios glicina e GABA, fundamentais para o controle da contração muscular. O resultado é um quadro de hiperexcitabilidade motora, rigidez generalizada e espasmos dolorosos, que podem ser desencadeados até por estímulos luminosos ou sonoros (GREEN et al., 1994).

A infecção ocorre, na maioria das vezes, por meio de feridas profundas em condições de baixa oxigenação, ambiente ideal para a multiplicação da bactéria. Castrações, partos, lacerações de casco e até o umbigo de potros recém-nascidos são portas de entrada frequentes para o Clostridium tetani. Essa característica explica a elevada ocorrência em regiões rurais e tropicais, onde o contato dos cavalos com solo contaminado é inevitável.

Os sinais clínicos geralmente se iniciam de forma discreta, mas evoluem rapidamente. Entre os mais característicos estão a rigidez muscular difusa, postura de “cavalo serrado”, cauda erguida, orelhas projetadas para trás, trismo (incapacidade de abrir a boca) e dificuldade de locomoção. Em fases avançadas, a progressão pode incluir quedas, dificuldade respiratória e morte. “O tétano é uma condição com prognóstico reservado. Uma vez que os sinais clínicos aparecem, a reversão é rara, mesmo com tratamento intensivo. Por isso, a prevenção é a única forma realmente eficaz de proteger os animais”, afirma Camila Senna, médica-veterinária e coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal.

 A taxa de mortalidade é elevada, variando entre 75% e 80% mesmo com terapêutica intensiva (Reichmann et al., 2008). Além da perda quase inevitável do animal, o custo do tratamento é alto e os raros sobreviventes frequentemente apresentam sequelas neurológicas. Em países tropicais como o Brasil, onde a carga ambiental de Clostridium é elevada, o risco é ainda mais significativo.

Diante desse cenário, a vacinação anual é considerada medida indispensável em qualquer programa sanitário equino. Os imunizantes que associam antígenos contra o tétano, influenza equina e encefalomielite viral, como a TRI-EQUI®, da Ceva Saúde Animal, oferecem proteção abrangente e facilitam o cumprimento do calendário vacinal, reduzindo o risco de falhas na imunização.

Para Camila, a integração dessas proteções em um mesmo protocolo contribui não apenas para o bem-estar dos animais, mas também para a rotina de veterinários e criadores. “Protocolos combinados simplificam o manejo sanitário e aumentam a adesão à vacinação, o que se traduz em maior segurança e saúde para os equinos”, complementa.

Mais do que um procedimento de rotina, a vacinação contra o tétano deve ser vista como um investimento estratégico. Ao prevenir uma doença de evolução rápida e letal, garante-se longevidade, desempenho esportivo e qualidade de vida aos equinos, pilares centrais da equinocultura moderna.

Fonte: Gisele Assis 

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