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Tecnologia na pecuária já permite engordar o gado sem a fase de adaptação

Segundo os estudos, dietas de alto teor de grão aumenta em até 4% o rendimento de carcaça em relação a dietas com alto teor de volumoso

A engorda é a fase final da pecuária é uma das mais importantes no processo de produção da carne. Escolher a dieta ideal e conseguir cumprir todos os protocolos de adaptação é uma tarefa que exige comprometimento e disciplina no cocho. Agora, imagine conseguir alcançar o ganho de peso ideal do animal e ainda pular a fase de adaptação, que é considerada o maior entrave dos pecuaristas. Isso é o que as tecnologias no campo já estão possibilitando na pecuária de corte.

A garantia de uma fonte alimentar que não exija o período de adaptação é a certeza de alcançar sucesso na atividade. Pois um gado mal adaptado impacta diretamente no processo de produção, já que o animal tem chances de desenvolver algumas doenças. “A acidose ruminal persistente é o maior problema.  Clinicamente, a síndrome é caracterizada por grave toxemia, desidratação, parada ruminal, fraqueza, prostração e elevada taxa de mortalidade”, como explica a zootecnista da Nutroeste Carolinne Mota.

Ela acrescenta ainda que a doença também constitui um problema no rebanho responsável por significativas perdas econômicas, especialmente a síndrome da acidose ruminal subaguda. “A destruição de papilas ruminais por conta do meio ácido causado pela fermentação sem controle de carboidratos altamente digestíveis, pode afetar drasticamente a absorção dos alimentos e consequentemente a capacidade de ganho de peso desse animal durante todo o período do confinamento”, enfatiza Carolinne que também é especialista em nutrição animal.

Segundo ela, modificar totalmente a alimentação fibrosa do gado para alimentação à base de grão é um grande desafio para a pecuária, já que é comprovado que dietas com alto teor energético melhoram o desempenho do animal, garante ganho de peso, rapidez no processo de engorda e otimização do custo de compra do animal.

Como funciona a tecnologia

Com esse novo método de engorda, o pecuarista não fica mais refém de ter a disponibilidade de volumoso na propriedade para fazer um confinamento. Além disso, é notória a redução de mão de obra – já que não são necessários maquinários – e a dieta energética deixa os animais muito tempo descansando fazendo a digestão, o que garante que eles fiquem mais calmos e tranquilos. “Os problemas metabólicos são inexistentes e o rendimento de carcaça aumenta em até 4% em relação a dietas com alto teor de volumoso, ou seja, as vísceras reduzem de tamanho e o frigorífico paga ao pecuarista a carcaça e não as vísceras”, destaca a zootecnista.

Além de eliminar os gargalos da adaptação, estudos também mostram que o pecuarista pode substituir o pasto pela tecnologia, apenas o consumo é diferente. “Quando os animais entram para o confinamento totalmente fechados com o objetivo de engordar, o consumo da ração chega a ser 2,7% do peso vivo dos animais. Já a pasto, recomendamos 1,5% de ração de adaptação para animais que não vão entrar no confinamento, já que 1 kg de ração substitui em torno de 3 kg de silagem, por exemplo”, explica a especialista.

Carolinne detalha ainda que o fornecimento da dieta é bem simples. Nos primeiros 14 dias os animais comem exclusivamente a ração de adaptação que tem um consumo de 2,7% do peso vivo dos animais. Do 15º ao 21º dia é misturado no cocho mesmo 50% da ração de adaptação com 50% da ração mais energética de engorda total. “A partir do 22º dia, os animais comem só a dieta energética de engorda total com um consumo de 2 a 2,2% do peso vivo até o final do confinamento”, acrescenta ela.

O valor de diária desses animais é equivalente à diária de um boitel e normalmente o rendimento de carcaça varia de 54% a 57%. “O número é muito superior ao rendimento de dietas com alto teor de fibra, por conta dessa diferença de rendimento o animal pesa mais no gancho e torna a tecnologia viável ao produtor”, analisa a profissional.

Fonte: Por Leydiane Alves

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