O mercado de bioinsumos no Brasil cresce em ritmo acelerado e já ultrapassa 150 milhões de hectares tratados com produtos biológicos segundo pesquisa da Embrapa realizada no ano passado, consolidando o país como um dos maiores polos globais em soluções sustentáveis. Com a expansão, aumenta também a exigência por controle de qualidade rigoroso — desafio que vem sendo superado por meio da biologia molecular.
A BS Agro, divisão da BS Diagnóstica, tem adotado metodologias como a qPCR para validar a identidade dos microrganismos de interesse, quantificar sua concentração e detectar possíveis contaminantes em biofábricas de todo o país. Essa abordagem garante padronização, rastreabilidade e conformidade com as normas regulatórias, como a Portaria Conjunta SDA/MAPA–IBAMA–ANVISA nº 1/2023, que estabelece limites para microrganismos indesejados como Salmonella sp., Staphylococcus coagulase positiva e coliformes termotolerantes.
Enquanto métodos microbiológicos convencionais podem levar até uma semana para apresentar resultados, a análise molecular utiliza metodologia que permitem decisões mais assertivas, sem perda de precisão e num tempo bem menor. “As ferramentas moleculares permitem identificar com exatidão o microrganismo de interesse e detectar contaminantes mesmo em baixas concentrações. Isso garante a pureza do produto e reduz o risco de perdas no processo produtivo”, explica Priscila Pires Bittencourt, especialista em Biotecnologia Aplicada da BS Agro.
A tecnologia utilizada na biofábrica chega diretamente ao agro por meio de todo o trabalho realizado pela GoGenetic, parceira na extração de DNA e no pré-tratamento, capaz de diferenciar células viáveis de não viáveis — assegurando que apenas microrganismos ativos sejam detectados. “A qPCR fornece metodologia mais rápida que permite tomadas de decisão assertivas, o que acelera a liberação de lotes e otimiza o fluxo das biofábricas, mantendo o controle sobre a qualidade em tempo real”, detalha Priscila.
Com o avanço da biotecnologia e o fortalecimento das políticas de sustentabilidade, o uso de ferramentas moleculares tende a se tornar padrão nas biofábricas brasileiras, elevando o patamar de qualidade, eficiência e credibilidade do agronegócio nacional.
“Além de garantir conformidade com as exigências regulatórias, essa abordagem fortalece a rastreabilidade e transmite confiança ao agricultor, que passa a ter a segurança de estar utilizando um bioinsumo dentro dos padrões declarados”, complementa. Com a consolidação do mercado de bioinsumos e a demanda crescente por produtos sustentáveis, o uso de ferramentas moleculares tende a se tornar um padrão de qualidade nas biofábricas brasileiras, reforçando a credibilidade e a competitividade do agronegócio nacional.
Fonte: Élcio Ramos



 
                                    