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Tecnologia faz agroindústria reduzir o consumo e se livrar das multas de energia elétrica

De acordo com a Normativa Nº 414, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a multa é aplicada para empresas cujo fator de potência no consumo de energia esteja abaixo de 92%.

Você já reparou como a nossa vida é “alimentada” pela energia elétrica? Na verdade, o invento de Benjamin Franklin está praticamente em tudo o que fazemos no dia a dia: aparelhos de ar condicionado, geladeira, lâmpadas, aquecedores, chuveiros, computadores, carregadores de celular… E com os reservatórios em baixa, e as contas de luz tão em alta, ser um consumidor consciente não é mais opção – e sim necessidade.

A utilização de energia elétrica no Brasil somou 474.231 GWh em 2020. O volume, segundo dados da Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), corresponde a uma queda de 1,6% na comparação com o consumo de energia em 2019. Só que, mesmo com essa economia, o Brasil continua mal posicionado no ranking dos países que mais combatem o desperdício, como mostra o Conselho Americano para Economia Eficiente de Energia. Ao todo, de 25 países com maiores consumo de eletricidade, o Brasil encontra-se na 20ª posição. E o troféu de “maior vilão” da improficuidade energética vai ao segmento industrial, que demanda 30% da energia produzida no País.

Para reverter essa realidade, a aposta está em painéis elétricos, que controlam as oscilações de potência elétrica dos equipamentos: os bancos capacitores, cujo objetivo é trabalhar a eficiência energética. O engenheiro eletricista e CEO da Engerey Painéis Elétricos, Fábio Amaral, explica o funcionamento: “O nosso sistema de energia é composto pela energia ativa, que é utilizada para acender uma lâmpada ou acionar um motor, por exemplo, sendo a mais convencional. Essa energia é responsável pelo “trabalho” da máquina, ou seja, a energia que é consumida durante o funcionamento e execução de uma tarefa. Há também a energia reativa, também necessária para fazer a magnetização dos transformadores e motores”.

Além da energia reativa não ser de fato consumida, ela circula entre a carga e a estação geradora, sobrecarregando o sistema e promovendo quedas de tensão, ocasionando acidentes e gerando multas na conta de energia. De maneira geral, quanto menor for o fator de potência, maior será a energia reativa e quanto maior o fator de potência, menor será essa energia. “Então, a melhor maneira para neutralizar essa energia reativa é instalando um banco de capacitores na rede, alterando assim a característica da carga e aumentando o fator de potência”, salienta Amaral.

A economia de energia com o uso dos bancos de capacitores se dá em duas vertentes: a primeira e mais importante diz respeito à extinção da multa de 30 a 40% no valor da fatura, que é aplicada pelo excesso de energia reativa e pode chegar até 30% da conta de energia [em outras palavras, em uma conta de R$10.000,00 a multa pode chegar a R$3.000,00]. Segundo: a indústria aumenta sua produção, não sendo necessário trabalhar em horas extras e nem fazer ampliações em sua estrutura. “E há ainda racionamento para as concessionárias, que não têm que fazer novos investimentos, nessa época de escassez de energia, utilizando a energia sobressalente para outros consumidores”, comenta Amaral.

O custo para a instalação de bancos de capacitores é extremamente acessível. O tempo para que ele mesmo “se pague” gira em torno de seis a oito meses. A partir daí é só rentabilidade. Via de regra, as empresas desconhecem o banco de capacitores porque, geralmente, a fatura de energia vai para o setor administrativo, que simplesmente põe no “contas a pagar” e realiza o pagamento. Ou seja: não há uma análise. E, se na fatura está descrito “excedente reativo”, isso significa que o consumidor está pagando multa.

De acordo com a Normativa Nº 414, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), consumidores do grupo A (indústria e comércio) são autuados caso o fator de potência [calculado na relação entre energia ativa e energia passiva] esteja abaixo de 92%. Quanto menor a porcentagem, maior é o consumo de energia reativa no sistema.

Fonte: Engenharia de comunicação

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