Uso de dados e tecnologia auxiliam a combater crimes praticados no campo
Participação efetiva dos municípios na fiscalização também é fundamental para desarticular contravenções segundo especialistas
Conforme Lamachia, é estratégico que os poderes públicos tenham ações de combate aos crimes rurais. Citou como exemplo a política do Rio Grande do Sul, que foi criada no governo passado e teve continuidade na atual gestão, além de já ter conversado com o governo federal sobre uma iniciativa nacional. “Não adianta pensarmos só no macro, precisamos de uma política nacional sim. O Estado do Rio Grande do Sul vem fazendo a sua parte, claro que temos que cobrar mais recursos para este fim. É importante que os governantes entendam que investimento em segurança no campo é investimento em um dos setores mais importantes da economia. E os municípios devem fazer, sobretudo, a fiscalização de carne irregular e fazer a integração para facilitar as operações. Temos que mostrar aos prefeitos a importância que o campo tem para os seus municípios”, destacou.
Barros salientou que um dos desafios que o Instituto Desenvolve Pecuária vem realizando é trazer iniciativas de apoio à segurança no campo. Uma delas é a questão do cercamento eletrônico nas propriedades rurais, o que facilitaria o trabalho da polícia no combate aos crimes. “A Brigada Militar poderia agir estrategicamente. Ela ficaria no QG verificando e atuando de forma estratégica e não mais rodando de uma forma preventiva o que a gente sabe que no meio rural é muito difícil, ainda mais com os meios de comunicação de hoje. Por meio destes projetos tecnológicos podemos fomentar o combate ao crime. Dentro deste cenário o que vemos é a possibilidade de combate através da inovação, da tecnologia, das ferramentas que possibilitam este controle estratégico”, observou.
Antunes trouxe o exemplo implementado em Dom Pedrito, que vem sendo referência no Estado. A partir de um banco de dados com informações de marcas dos animais, os investigadores podem verificar em tempo real a procedência dos exemplares. “Na medida em que estes órgãos têm acesso a este banco de dados de marcas, sinais e identificação animal, poderão possibilitar ao trabalhador da segurança acessar um aplicativo pelo computador ou celular que os policiais e fiscais possam comparar estes dados, com acesso à informação que consta no banco de dados da prefeitura referente a marca do produtor com o dos animais que estão sendo transportados no momento da abordagem ou mesmo da fiscalização nas propriedades rurais”, ressaltou.