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TechInvestor adquire 13% da CargOn, de olho no potencial da Logtech no agronegócio

Com isso, participação na startup do Grupo Viasoft, controlador do fundo de investimento, chega a quase 30%

A TechInvestor, fundo do Grupo Viasoft com tese de investimento direcionada a empreendimentos tecnológicos para o agronegócio, consolidou em abril a aquisição de 13,43% da CargOn, startup paranaense, primeiro operador logístico digital do mundo. Com isso, o grupo chega a quase 30% de participação na startup – em rodada de investimento anterior, o Grupo Viasoft já havia adquirido 15,66%. O valuation (valor de mercado) da CargOn, para a operação, foi de R$ 47,5 milhões.

De acordo com o presidente do Grupo Viasoft, Itamir Viola, CEO da TechInvestor, o investimento na CargOn se pauta nas soluções tecnológicas em logística que a empresa dispõe para empresas da cadeia produtiva do agronegócio. “Nossa tese de investimentos consiste em investir em aquisições no agtech [startups com atendimento ao agro] e agfintech [fintechs também para o agro]. E a CargOn é um importante operador logístico digital que atende esse setor de peso na economia.”

A TechInvestor se baseia, ainda, em indicadores de conjuntura econômica para manter sua tese de investimento em Agtech e Agfintech. Por exemplo, a participação considerável do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de quase 25% (precisos 24,8%), segundo levantamento mais recente (2023 sobre dados de 2022) do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP).

“Além disso”, explica Viola, “o mercado de tecnologia no Brasil cresce de forma acelerada, com taxas de crescimento de 17,4% ao ano, segundo o estudo ‘Mercado Brasileiro de Software’ [da Associação Brasileira das Empresas de Software]. Ao mesmo tempo, embora gigante, o mercado do agro ainda é relativamente carente de tecnologia. Também possui uma grande demanda por crédito. Programas como o Plano Safra não atendem essa demanda. Por isso, nossos investimentos em agtechs e agfintechs”.

Entre os players desse mercado, a CargOn se destaca justamente pela qualificação técnica e profissional de sua equipe em desenvolver soluções para problemas reais do setor de logística do Brasil, inclusive para o agronegócio, assinala o CEO da TechInvestor. É, ainda, uma startup com sustentabilidade financeira, nas palavras do investidor.

“Conhecemos a CargOn de forma profunda. Tem o time que mais conhece de logística no Brasil, incomparável. A empresa já atingiu seu ponto de equilíbrio, portanto, os recursos recebidos poderão ser aplicados em seu crescimento, e não na manutenção de sua estrutura atual. Além disso, tem uma visão muito maior que outras Logtechs: ela tem soluções para problemas de fato; não é um business que se foca em problemas que o mercado não reconhece”.

Os 13,43% da CargOn recém-adquiridos pela TechInvestor eram pertencentes a investidores-anjo, que realizaram o “exit” – trata-se de um movimento de saída da sociedade e de retorno do investimento dos investidores iniciais quando a startup alcança certo estágio de solidez e de resultados. “As características e condições da CargOn são os fundamentos que nos levaram a realizar esse investimento com extremo conforto e segurança”, sublinha Viola.

Junto com essa aquisição da TechInvestor, a CargOn obteve também aportes de mais de R$ 3 milhões da EqSeed, plataforma de rodada de investimentos na modalidade Equity Crowdfunding (aportes diretos de grupo de investidores). Com essa operação, a startup se posicionou como a maior do país a se utilizar desse modelo, informa o CEO da CargOn, Denny Mews.

Com a ampliação da participação da TechInvestor e os aportes da EqSeed, a CargOn se prepara para dobrar o seu faturamento. Em abril de 2024, a startup calcula chegar a R$ 30 milhões, em 12 meses, ante os R$ 14,9 milhões anuais atuais (faturamento de 2022).

De acordo com o CEO da CargOn, pelo menos 70% dos novos recursos serão aplicados em projetos voltados à expansão da startup. “Já temos produto montado, estratégia montada. Nosso foco agora é, principalmente, comercial. Devemos aplicar 41% dos recursos em crescimento da empresa e outros 30% para a evolução da tecnologia que desenvolvemos. O restante será destinado a ações internas e operações”, adianta Denny Mews.

A CargOn foi concebida em 2019, e iniciou suas operações em 2020. No primeiro ano, o faturamento foi de R$ 390 mil, montante que cresceu quase 16 vezes em 2021, chegando a R$ 6,5 milhões. Em 2022, novo salto, com faturamento alcançando os R$ 14,9 milhões já citados. Atualmente, o valuation está em R$ 47,5 milhões. A empresa tem sede em Curitiba.

Fonte:  Nicole Thuler

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