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Sustentabilidade é o diferencial entre as vencedoras do Prêmio Mulheres do Agro 2022

Nove produtoras rurais que se destacam pela gestão sustentável no campo foram reconhecidas pela premiação nas categorias: pequena, média e grande propriedade

Foco em sustentabilidade e investimento em pesquisa e inovação no campo foram os diferenciais da produtora Helga Paiva, vencedora da quinta edição do Prêmio Mulheres do Agro, na categoria Grande Propriedade. Na gestão da Fazenda Terra Nova, em Ibiá, Minas Gerais (MG), a agricultora destina mais de 5.000 hectares para soja, milho, produção de sementes e pecuária bovina, com a intensificação de práticas agronômicas sustentáveis e o sequestro de carbono no solo. A premiação, idealizada pela Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), ocorreu durante o segundo dia do 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) e reconheceu, ao todo, nove produtoras rurais nas categorias: pequena, média e grande propriedade.

Fundadora da fazenda, junto de seu irmão, Helga busca melhorar a sua produção, por meio de testes e diferentes práticas de manejo na lavoura, como o uso de rotação de cultura, plantio de cobertura e agricultura de precisão. “Estou sempre estudando para aperfeiçoar nossa eficiência produtiva e otimizar os recursos naturais da propriedade. Na fazenda, disponibilizamos áreas para o desenvolvimento de pesquisa para contribuir para uma agropecuária mais sustentável, por meio de parcerias com instituições privadas, tanto multinacionais, quanto empresas regionais, além da Embrapa e universidades ”, conta.

Com inovação atrelada à sustentabilidade no campo, Helga adotou um sistema de geração própria de energia solar fotovoltaica e passou a utilizar um método para recolher e reutilizar a água da chuva. Além disso, a produtora também participa do programa PRO Carbono, iniciativa da Bayer voltada para agricultores dispostos a ampliar seu potencial produtivo e aumentar o sequestro de carbono no solo, a partir da intensificação de práticas agronômicas sustentáveis.

O primeiro lugar na categoria média propriedade também veio de Minas Gerais. A cafeicultora Mariana Heitor, assim como Helga, tem em sua produção a sustentabilidade e o uso de tecnologias como principais pilares para alavancar a produtividade e a qualidade do seu produto. À frente da Fazenda Reserva Heitor, a produtora chega a produzir, em média, 6 mil sacas de café por safra, em 150 hectares. “Deixamos de usar adubos químicos e esse foi um dos principais fatores que contribuiu para que fôssemos classificados como carbono neutro”, diz Mariana. Hoje o adubo utilizado pela produtora é totalmente orgânico, feito com resíduos próprios e dos vizinhos.

Na gestão de Mariana, a produção de café da Fazenda Reserva Heitor, fundada por seus pais há 28 anos, é reconhecida tanto no Brasil quanto em outros países: além de ter clientes renomados do setor como Starbucks, Nescafé e Nespresso, a produtora já exportou para países como Reino Unido, Japão, Austrália e Grécia. A cafeicultora, que morava em São Paulo, se mudou para Minas Gerais em 2009 para iniciar o processo de sucessão familiar.

Um outro diferencial da gestão de Mariana é a preocupação com o desenvolvimento de seus colaboradores. “Temos uma consultoria de treinamento voltada para o aperfeiçoamento de habilidades de liderança, pertencimento e inteligência emocional”, explica. Além disso, com o objetivo de conscientizar as futuras gerações para que tenham uma maior preocupação com a sustentabilidade, a agricultora recebe anualmente 120 crianças para palestras e passeios pelas trilhas nas reservas e plantios do local.

A produção de café sustentável e de baixo carbono também foi primeiro lugar, na categoria pequena propriedade. Juliana Rezende, à frente da Fazenda Santa Bárbara, localizada em Monte Carmelo, Minas Gerais, desde 2015, se formou em farmácia, mas foi na cafeicultura que se encontrou. Um de seus maiores desafios ao assumir a propriedade foi conhecer o cultivo, entender que tipo de bebida a fazenda produzia e as exigências do mercado.

Hoje, a Fazenda Santa Bárbara produz 1.500 sacas de café por safra e possui uma meta de 3 mil até 2024. A produtora conta que, com a ajuda de seus colaboradores, diversos projetos com foco em um manejo mais sustentável foram criados. Entre eles estão o River Friends, que visa o uso inteligente da água, o Love Bee, que multiplica a produção de abelhas nativas, e o Árvores Café, para medir a pegada de carbono do local.

“Nosso maior desafio foi encontrar parceiros que acreditassem em nossos projetos. Temos uma grande preocupação não somente em aplicar práticas sustentáveis em nossa fazenda, mas também na região como um todo. Além dos projetos já mencionados, mapeamos a fauna local com câmeras a fim de melhorar o ecossistema dos animais residentes e visitantes da propriedade”, lembra Juliana.

Recorde de inscrições

Em 2022, o Prêmio Mulheres do Agro completa 5 anos com um recorde no número de inscrições desde sua primeira edição, totalizando 210 mulheres inscritas, um aumento de 53% em relação a 2021. Desde que foi criado, em 2018, mais de 900 mulheres já contaram suas histórias por meio da iniciativa, que reconheceu o trabalho de 45 agricultoras e pecuaristas de várias regiões do Brasil.

Isabela Fagundes, Especialista de Comunicação Corporativa da Bayer no Brasil, conta que a importância do Prêmio Mulheres do Agro está em reconhecer e amplificar o trabalho liderado pelas produtoras rurais. “Há cinco anos, histórias de impacto e força, com foco em sustentabilidade e inovação, tomaram conta do meio rural e deram voz ao papel feminino no agro. Cada inscrição tem uma trajetória inspiradora e que mostra o quanto as mulheres fazem a diferença no agronegócio brasileiro”, reforça.

Para Gislaine Balbinot, diretora executiva da Abag, a premiação reflete a relevância do trabalho realizado pelas produtoras rurais para o engrandecimento e posicionamento do agronegócio brasileiro em âmbito global. “Por isso, a cada edição recebemos um número maior de mulheres inscritas. Elas têm um papel relevante para nosso setor, que atualmente tem o desafio de contribuir fortemente para diminuir a insegurança alimentar no mundo. Esse reconhecimento é uma maneira de homenagear cada mulher que atua no campo, na agroindústria, na pesquisa agropecuária e na universidade”, destaca.

Fonte: Ingrid Biasioli

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