A Sociedade Rural Brasileira (SRB) enviou carta ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, nesta segunda-feira, 1º de Maio, para manifestar posicionamento contrário à imposição de uma tarifa de importação sobre o etanol advindo dos Estados Unidos. Na correspondência, o presidente da entidade, Marcelo Vieira, afirma que a defesa do livre acesso a mercados de produtos do agronegócio é uma “política essencial para garantir o acesso da produção brasileira ao mercado internacional”.
A discussão sobre o imposto de importação do biocombustível ganhou força nos últimos dias com a recomendação do Ministro Blairo Maggi, pela alteração da alíquota, para atender ao pleito de produtores brasileiros para limitar a forte alta nas importações do mercado americano, registradas no primeiro trimestre de 2017.
Na avaliação da SRB, a imposição de uma tarifa, que pode chegar a 20%, deve representar implicações para o Brasil, que se tornou o maior fornecedor externo de etanol para os EUA após o fim da cobrança da taxa de importação, em 2010. “Nosso produto é reconhecido como biocombustível avançado e, por isso, recebe prêmios adicionais de preço em relação ao produto local naquele mercado”, afirma Vieira.
Em relação ao avanço das importações americanas, o presidente da entidade menciona na carta que, para ajustar oferta e demanda, o Brasil precisa criar melhor regulamentação para que os importadores fiquem sujeitos aos mesmos encargos aplicados aos produtores brasileiros.
Confira a íntegra da carta da SRB ao Ministro Blairo Maggi, abaixo:
Caro Ministro,
A Sociedade Rural Brasileira vem se posicionar contra a imposição de uma tarifa de importação sobre o etanol norte americano. Temos por princípio defender o livre acesso a mercados de produtos do agronegócio, política essencial para garantir o acesso da produção brasileira ao mercado internacional. Somos hoje o maior exportador líquido de alimentos para o mercado mundial, e temos grande potencial de expansão de nossa produção para atender à crescente demanda deste mercado.
No caso especifico do etanol, temos livre acesso ao mercado norte americano do qual somos o maior supridor externo desde 2010 quando retiramos nosso imposto de importação, sendo inclusive nosso produto reconhecido como bicombustível avançado e por isso recebe prêmios adicionais de preço em relação ao produto local.
Na última entressafra tivemos um volume maior de importações em função de desajustes momentâneos entre nossa oferta e demanda, e o que precisamos é de uma melhor regulamentação destas importações para que os importadores fiquem sujeitos aos mesmos encargos dos produtores brasileiros.
Solicitamos assim que o posicionamento brasileiro pelo livre acesso a mercados de produtos agrícolas, que sempre foi apresentado em negociações internacionais, seja mantido neste caso.
Certo da atenção que receberemos agradeço antecipadamente.
Fonte: SRB