A SP Ventures, gestora de venture capital líder em AgFoodTech e ClimateTech na América Latina, anuncia a entrada de novos investidores em seu fundo mais recente, o AGV III. Com essa nova rodada de aportes, o fundo chegou a US$50 milhões captados, com expectativa de alcançar US$80 milhões nos próximos meses, tornando-se o maior já estruturado pela empresa.
Os novos recursos vêm de instituições com histórico global de investimento em impacto social e desenvolvimento. Entre eles estão a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Agência oficial de cooperação do governo japonês que fomenta crescimento econômico e inovação em mercados emergentes. Somam- se a eles o Grupo Manuelita, tradicional grupo agroindustrial centenário colombiano com operações diversificadas e foco em produção sustentável de alimentos na América Latina. E a Colorado, referência no setor sucroalcooleiro no Brasil com mais de 60 anos de atuação.
O objetivo do AGV III é investir em startups que trabalham com soluções relacionadas à segurança alimentar, mitigação e resiliência climática atrelada ao setor produtivo. Acessando a cadeia agroindustrial dentro e fora da porteira com tecnologias para o campo, as AgTechs; para alimentos, as FoodTechs além de soluções climáticas dentro da temática, conhecidas como Climate Techs. Fomentando o ecossistema que inova em ferramentas que apoiem a transição da agropecuária para uma produção mais sustentável, seja através de insumos biológicos, fintechs que facilitam o financiamento do setor, plataforma de rastreabilidade da cadeia, entre outras soluções. Seguindo essa estratégia, a meta do fundo é apoiar entre 20 e 22 empresas nos próximos quatro anos.
O fundo já investiu em duas empresas:
Blooms, empresa mexicana que utiliza uma plataforma de trade finance transfronteiriço para exportadores agrícolas em toda a América Latina e América do Norte. A empresa busca oferecer linhas de financiamento baseadas em receita, autoliquidável, com foco em produtores de médio porte. Posicionada na interseção entre liquidez, validação de risco por IA e infraestrutura digital, a Blooms está concentrada em três áreas-chave: ajuste produto-mercado, escalabilidade de capital e inovação tecnológica.
Produzindo Certo, agtech brasileira especializada em inteligência socioambiental. Oferece uma solução que permite que empresas monitorem suas cadeias de suprimentos com total transparência, garantindo responsabilidade e sustentabilidade em todas as etapas de produção. Sua plataforma online de indicadores de sustentabilidade, com mais de 8 milhões de hectares monitorados, ajuda produtores
rurais a mapear e destacar práticas responsáveis, além de identificar eventuais problemas de produção, facilitando uma comunicação sustentável em todo o ecossistema.
Segundo Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures, o avanço da captação reflete a confiança dos investidores e o estágio de maturidade da gestora. Ele lembra que, no ano passado, a empresa tomou uma decisão incomum no setor ao optar por não vender uma participação relevante de sua carteira- ele lembra que, no ano passado, a empresa tomou uma decisão incomum no setor ao optar por não vender uma participação relevante de sua carteira. “Entendemos que seria melhor esperar um momento econômico mais estável e ter mais dados sobre o desempenho das empresas investidas. Os nossos investidores valorizaram essa escolha, e a captação evoluiu com muita consistência. Hoje, o AGV III já se firma como um dos principais fundos de venture capital da América Latina”, afirma.
O sócio Felipe Guth destaca que os resultados são fruto da equipe construída ao longo do tempo. “No nosso setor, nada acontece por acaso. É preciso ter estrutura forte, diversidade de experiências e processos bem definidos. O fundo cresce porque conseguimos unir investidores, empreendedores e especialistas alinhados com a mesma visão de futuro”, diz.
Um dos diferenciais do AGV III é a diversidade de investidores. O fundo reúne parceiros de praticamente todos os continentes, criando pontes entre polos de inovação de países como Estados Unidos, Japão, Bélgica, Colômbia e Brasil. Essa combinação de presença global com investidores locais, que conhecem o dia a dia do campo, aumenta a capacidade do fundo de apoiar soluções úteis tanto para pequenos quanto para grandes produtores.
Ariadne Caballero, sócia responsável pela estratégia na América Latina, afirma que essa rede amplia o alcance das tecnologias apoiadas. “Estamos conectando pessoas que querem transformar o campo, sejam empreendedores brasileiros, investidores europeus ou organizações internacionais de impacto. Criamos um ecossistema em que ideias circulam e se fortalecem”, destaca.
Já Alexandre Stephan, sócio responsável por acompanhar as empresas investidas, lembra que momentos de maior dificuldade no setor costumam abrir espaço para inovações essenciais. “Quando o agronegócio enfrenta juros altos, margens apertadas e preços voláteis, a tecnologia se torna essencial. Nosso papel é apoiar as startups com capital, conexões e orientação estratégica para que cresçam mesmo em cenários desafiadores”, explica.
Fonte: Aline Bataglia



