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Produtor de cachaça

A rotina de trabalho de Edivane Antônio Moreira, produtor atendido pelo ATeG Agroindústria – Cachaça de Alambique do Sistema Faemg Senar em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Jaboticatubas, começa cedo na fazenda, em Rio Vermelho. “Logo de cara, um cafezinho forte e um feijão com torresmo para dar energia e encarar o dia, que não tem hora hora certa para terminar”, brincou o produtor, referindo-se ao período de moagem da cana-de-açúcar. Mesmo com o habitual dia agitado, Edivane fala com orgulho da trajetória nos alambiques como herança de família por três gerações e que tem trazido conquistas importantes em qualidade, investimentos e reconhecimento.

A mais recente foi uma medalha de prata da cachaça Edicana em um concurso regional promovido pela Secretaria de Agricultura e Pecuária e a Emater. Fruto de um trabalho em conjunto com o filho Douglas Vinícius Moreira e o técnico de campo Luiz Augusto Monteiro. “Foi emocionante levar esse título para casa e ver a alegria do meu pai”, comentou. “De olho no ouro, vamos trabalhar para melhorar nossa pontuação e, se Deus quiser, honrar ainda mais o legado deixado pelo meu avô”.

ATeG na vida do produtor

Minas Gerais é o maior produtor de cachaça de alambique do país. Cachaça essa, inclusive, considerada a melhor do Brasil e um dos produtos que mais geram emprego e renda no estado. Para o técnico de campo,  um alambique artesanal pode ser um negócio bastante lucrativo, e um dos pontos favoráveis é que o produto artesanal tem mais apelo comercial para o consumidor.

Porém, deve-se ter em mente que, para que a bebida seja respeitada e apreciada, com receita e identidade próprias, e competindo em pé de igualdade com qualquer destilado do mundo, é preciso buscar conhecimento, técnicas gerenciais e alguns investimentos iniciais, melhorando o modo de processar a bebida e sabendo bem o que é qualidade de cachaça.

O produtor deverá se ocupar também em conhecer índices de produtividade da matéria-prima, de extração de caldo no engenho, monitoramento da fermentação e da destilação; conhecer os índices de rendimento e os fatores que os afetam. Só assim é possível administrar a produção e controlar a qualidade do produto.

Na propriedade de Edivane, esse trabalho já começou, visando a sustentabilidade da atividade rural. Na parte gerencial, a primeira mudança orientada pelo técnico de campo foi a precificação de todos os produtos além da cachaça branca e amarela engarrafada, como o melaço, rapadura e açúcar mascavo. Espera-se um aumento da renda entre 15% e 20% já nos primeiros doze meses de assistência técnica e gerencial.

“Começamos identificando os custos de produção. Mostrei a importância das anotações e os impactos disso. Paralelamente, fizemos a coleta de amostras do solo e encaminhamos para o laboratório e um planejamento para compra de equipamentos, aprimoramento do plantio, produção da cana e derivados”.

Com as ações e implantação de novas áreas de plantio, a estimativa é que as vendas cheguem a 2.500 mil litros de cachaça na próxima safra, um aumento de cerca de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.  Animado com os resultados em poucos meses de ATeG Cachaça, Edivane diz que só tem a agradecer. “Melhoramos muita coisa, até as técnicas de fermentação têm outra cara. Reaprender com quem entende do assunto é valioso”, revelou Edivane.

Fonte: Jo Moreira FAEMG

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