A pressão sobre as áreas produtivas do Brasil reforça a urgência de recuperar e preservar a saúde do solo. Um estudo divulgado pela Esalq USP indica que 64% dos solos superficiais do mundo já mostram sinais de fragilidade e risco de degradação, cenário que também se reflete em regiões agrícolas brasileiras. A tendência tem acelerado a busca por insumos capazes de ir além da nutrição básica das plantas e fortalecer os ecossistemas subterrâneos.
Nesse movimento, o agronegócio passa a enxergar a base produtiva como um organismo vivo que precisa de equilíbrio biológico. No centro dessa mudança estão os fertilizantes inovadores que combinam fontes de carbono orgânico com agentes que favorecem o desenvolvimento da microbiota, ampliando a vitalidade do solo e protegendo as raízes das culturas.
O avanço dos biofertilizantes e dos insumos de base orgânica é tema de debate da indústria e da academia. Em outubro, o Conexão Abisolo 2025 reuniu especialistas para aprofundar discussões sobre biofertilidade e estratégias de nutrição mais eficientes e sustentáveis. O encontro reforçou como a questão microbiológica deixou de ser tendência para se tornar exigência técnica e competitiva.
Além da produtividade, a agenda ambiental amplia a responsabilidade do solo. O Plano Nacional de Fertilizantes destaca que o agro é parte estratégica das iniciativas de aumento de carbono orgânico e mitigação de emissões do país.
Inovação que começa na raiz
Dentro desse novo capítulo da nutrição de plantas, soluções como a linha Mikro, da Hydroplan-EB, surgem para atender aos sistemas produtivos mais relevantes do Brasil, com versões específicas para diferentes culturas: Mikro S, voltada à soja e leguminosas; Mikro M, destinada ao milho e demais cereais; Mikro C, desenvolvida para a cana-de-açúcar; e Mikro HF, formulada para as principais culturas de hortifrúti.
Com uma composição equilibrada de elementos que estimulam a atividade biológica e o equilíbrio natural do solo, os produtos da linha Mikro promovem o desenvolvimento de uma biota mais ativa e resiliente. Essa dinâmica favorece a formação de um ambiente protetor ao redor das raízes, conhecido como rizosfera, que contribui para reduzir a incidência de patógenos e auxilia na proteção natural contra nematoides, um dos principais vilões da produtividade agrícola.
O diferencial está na combinação de componentes formulados para cada cultura, resultando em um manejo mais equilibrado, sustentável e de alta performance, sem depender de composições simplificadas ou genéricas.
Aplicação inteligente conforme a cultura
Outro fator que ganha relevância é a adequação prática ao sistema do produtor:
Grãos
Aplicação no sulco de plantio ou via tratamento de sementes, oferecendo proteção desde o estabelecimento inicial.
Hortifrúti
Integração ao gotejamento ou rega, além de possível uso preventivo ainda nas bandejas de mudas.
Cana
Uso na linha de plantio ou no corte de soqueira, protegendo o rebrote e fortalecendo as brotações subsequentes.
Essa versatilidade permite que a tecnologia esteja presente durante todo o ano agrícola, acompanhando as janelas de cultivo de cada região.
Ao aumentar o carbono orgânico no solo, melhorar sua estrutura física e potencializar a retenção de nutrientes e de água, soluções como a linha Mikro oferecem ganhos ambientais e econômicos. A proteção das raízes reduz perdas por doenças e estresses, ampliando o potencial produtivo sem necessariamente elevar o uso de defensivos químicos.
A tecnologia também se conecta a novas fronteiras de mercado: certificações, rastreabilidade, programas de descarbonização e remuneração por boas práticas agrícolas podem favorecer produtores que adotam insumos alinhados à saúde do solo.
Com o avanço da ciência e o maior entendimento sobre o papel da microbiota, o solo se consolida como protagonista da próxima revolução no agro. Investir em soluções que cultivem esse ecossistema é garantir que os sistemas produtivos sigam competitivos e sustentáveis nas próximas safras.
A agricultura brasileira é reconhecida pela produtividade. Agora, se prepara para ser referência mundial em solos saudáveis e vivos.
Fonte: Kaísa Romagnoli



