Pode acontecer agora exatamente o que ocorreu em setembro.
A safra de trigo da Argentina deverá ter uma quebra de 50% neste ano, passando de 22,5 milhões de toneladas para apenas 11,8/11,4 milhões de toneladas, segundo estimativas da Bolsa de Comércio de Rosário. A partir disso, a TF Agroeconômica acredita que o panorama pode baixar o preço da soja brasileira no futuro próximo.
“As 11,1 milhões de toneladas de trigo que deixarão de ser produzidas na Argentina iriam gerar para os cofres do país algo ao redor de US$ 4,55 bilhões, que deixarão de ingressar nas divisas do país. E, como todos sabemos, nossa vizinha sofre de grande falta de dólares para financiar as suas importações e para honrar seus compromissos internacionais”, comenta.
Em relação aos preços brasileiros, pode acontecer agora exatamente o que ocorreu em setembro deste mesmo ano. “No último mês de setembro de 2022 o Brasil embarcou 4.294 mil toneladas de soja para exportação, contra 5.945 mil toneladas embarcadas em agosto, isso é 1,65 milhão de toneladas a menos, devido justamente ao excesso de oferta e preços mais competitivos (graças à redução artificial da cotação do dólar no país) oferecidos pela Argentina.
Como consequência, ao invés de evoluírem, os preços no Brasil retrocederam: em Ijuí-RS passaram de R$ 186/saca em 01 de setembro para R$ 185 em 30 de setembro; em Cascavel-PR, de R$ 168 para R$ 163 e em Rondonópolis, de R$ 169 para R$ 165”, completa.
Na Argentina, analistas do país já esperam uma nova edição do “Dolar Soy”, para o mês de janeiro como aconteceu no último mês de setembro, que antecipou uma receita estimada em US$ 5 bilhões para o país. O site da Barchart, nos EUA, informou que “O governo da Argentina pode anunciar outro acordo de peso/dólar que interrompeu a venda de agricultores em outubro. Com isto, eles podem esperar por uma taxa de câmbio mais favorável”.
Fonte: AGROLINK -Leonardo Gottems



