O desejo de morar no campo e ter mais qualidade de vida motivaram o técnico em Tecnologia da Informação, Carlos Schlup e a esposa, Michelle dos Santos, que é advogada, a se inscrever no Curso Técnico em Agronegócio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc). Após dois anos de curso, a formatura ocorreu na noite do sábado (4), na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Santa Catarina (Fetaesc), em São José.
“Estamos muito felizes. A formatura representa o início de um sonho, que é morar no campo e investir em uma atividade que agregue renda à propriedade”, disse Carlos. A ideia do casal é implementar, no sítio em São Pedro de Alcântara, um projeto de Turismo Rural de Aventura que foi desenvolvido durante o Trabalho de Conclusão de Curso.
Além deles, a solenidade formou outros 17 técnicos, que a partir de agora estão aptos a disseminar conhecimento sobre o agronegócio e atuar na gestão das propriedades rurais. É o caso da formada Betânia Bloedorn, de Florianópolis e que trabalha numa cooperativa de crédito. “Trabalho no setor de linha de crédito e fiz o curso no intuito de conhecer todo o processo de funcionamento da cadeia de produção do agronegócio. Desta forma quando um produtor rural solicitar um financiamento, por exemplo, eu terei a visão técnica de como a propriedade será impactada pelo benefício”, relatou.
A solenidade reuniu familiares e amigos dos formandos e foi conduzida pelo superintendente do Senar/SC, Gilmar Zanluchi. Também contou com a presença do anfitrião, o presidente da Fetaesc, José Walter Dresch e do prefeito em exercício de Grão-Pará, Murilo Kulkamp Nilzen. A mesa de honra teve, ainda, a presença do patrono da turma Douglas Jacinto Machado, da paraninfa Thalyta Marcílio e da coordenadora da formação técnica do Senar/SC Kátia Zanela.
O orador da turma Dirceu Schmidt ressaltou o desafio do início do curso. “As aulas começaram de forma remota, devido à pandemia de Covid-19, e nem todos tinham acesso à internet de qualidade, mas o esforço e a dedicação foram fundamentais para esta conquista. Agora somos profissionais habilitados em gestão e temos a missão de fomentar projetos que agregarão renda para o campo”.
CONHECIMENTO TÉCNICO
O prefeito em exercício de Grão-Pará, Murilo Kulkamp Nilzen, destacou a importância de formar novos técnicos em agronegócio no estado. “Estamos orgulhosos. Três jovens do nosso munícipio estão se formando hoje e levarão conhecimento para desenvolver ainda mais o setor produtivo”, destacou.
A necessidade de explicar para a sociedade o que é o agronegócio foi enfatizado pelo presidente da Fetaesc, José Walter Dresch. “Em Santa Catarina a agricultura familiar é quem faz o agronegócio. Não importa se a propriedade tem três, cinco ou 50 mil hectares, tudo é agronegócio”. Dresch também falou do comprometimento da Fetaesc em entregar profissionais preparados para transformar e melhorar a vida do profissional do campo.
A coordenadora da formação técnica do Senar/SC Kátia Zanela destacou que as aulas e visitas técnicas nas propriedades rurais e agroindústrias familiares oportunizaram conhecer a realidade do agronegócio catarinense e, a partir disso, a implementação ou a melhoria do negócio familiar.
O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, representando o presidente do Conselho Administrativo do Senar/SC e da Faesc, José Zeferino Pedrozo, enfatizou a importância de o campo contar com profissionais que saibam auxiliar na tomada de decisão, baseadas em gestão e em soluções técnicas. “O agronegócio se desenvolveu muito nos últimos anos, precisamos cada vez mais de soluções que levem em conta a mudança climática e o cumprimento da legislação ambiental”. Segundo ele, o principal desafio é levar acesso à internet a todas as propriedades rurais. “O computador é ferramenta de trabalho do agronegócio e precisamos facilitar o acesso a esta tecnologia”.
O presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, ressaltou que o curso auxilia os profissionais no reconhecimento da realidade do meio rural identificando as principais potencialidades, limitações e desafios nas diferentes cadeias produtivas.
De acordo com Pedrozo, os técnicos em agronegócio são capazes de analisar problemas em processos de gestão e de produção agropecuária reconhecendo sistemas de melhoria da qualidade dos produtos e serviços desenvolvidos aplicando técnicas empreendedoras com capacidade crítica, criativa e inovadora. “Serão agentes de transformação rural e responsáveis por levar ao campo muito mais do que conhecimentos e informações, mas estimular principalmente nos jovens a permanência no campo”.
ENSINO GRATUITO
Zanluchi também comentou sobre a qualidade do ensino oferecido pelo curso, que tem reconhecimento do Ministério da Educação e do Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas (CFTA). “Para a próxima turma já temos mais de 80 inscritos e serão disponibilizadas 40 vagas”.
Com carga horária de 1.230 horas, o Curso Técnico em Agronegócio é dividido em 80% das aulas a distância e 20% presenciais. Técnicas de gestão, de comercialização e execução de procedimentos para planejar e auxiliar na organização e controle das atividades de gestão do negócio rural fazem parte dos conteúdos abordados.
CONHEÇA OS TÉCNICOS EM AGRONEGÓCIO
Airson José Negro Junior, Alice Maria Vieira Marçal Momm, André Filipe Abreu, Antonio Marcos Chaves Da Silva, Betânia Bloedorn, Carlos Caetano Schlup, Cristina Teresa Finato, Dirceu Schmidt, Edinara Aparecida Petroski Ascari Boger, Eduardo Buss, Giselle Mari Speck, José Vagner Araújo Gonzales, Juliana Graciela Costa, Maria Lucélia Da Rosa Gonzales, Mariana Michels Back , Maricelia De Jesus Paosinho Mendes, Michelle Liliana Magda Cristina Hack Dos Santos, Pedro Luiz De Aquino Nau e Tiago França Schafranski.
Fonte: MB Comunicações