Nova estação de pesquisa e melhoramento em Sertanópolis (PR) expandirá o trabalho desenvolvido de genética de soja para todo Brasil, somado ao que já ocorre no Cerrado brasileiro a partir da estação de Primavera do Leste (MT)
Com um forte crescimento na demanda por genética de soja no Sul do Brasil e Paraguai e projeções otimistas para os próximos anos no lançamento de novos produtos, a SEEDCORP I HO está implantando uma nova estação de pesquisa em Sertanópolis (PR). Ela substituirá a estação que a empresa possuía na Argentina, que deixou de existir. “Decidimos trazer nosso germoplasma de grupos de maturação 5 e 6 do programa de melhoramento genético para o Sul do Brasil, onde nossos resultados comerciais crescem positivamente, e o programa posicionado em Sertanópolis nos possibilitará trazer maior oferta de novos produtos e muito mais adaptados”, afirma Irineu Hartwig, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento.
Para o início das operações na nova estação, a empresa investiu em torno de R$ 6 milhões ao longo de 2021 e 2022 em capacitação na compra de equipamentos, infraestrutura e pessoas. Com germoplasma e pipeline prontos, vindos da Argentina, a nova estação tem por foco o desenvolvimento de genética para estados como Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além do Paraguai. Para o mercado do Uruguai e Meio-Norte da Argentina, também países-foco da empresa, serão testados produtos a partir de fases pré-comerciais, entregando-se, assim, soluções comerciais também para estes dois países.
Temos um forte portfólio em soja para todas as regiões do Cerrado brasileiro e produtos bem-posicionados no Sul do Brasil. Buscamos sempre trazer produtos superiores, com vantagens competitivas, seja por genes nativos de defensividade ou diferencial de adaptação e competitividade na biotecnologia demandada. Dentro das novas biotecnologias lançadas comercialmente recentemente estamos destinando grande parte dos recursos nos programas de melhoramento genético em Intacta2 Xtend e Enlist/Conkesta. Para estas tecnologias estamos com todas as etapas dos programas de melhoramento em andamento, inclusive com produtos avançados em testes de VCU (última fase pré-comercial)”, revela Hartwig.
Foco do Programa de Melhoramento Genético
Produtos com alto potencial produtivo e resistência a nematóides têm sido considerados um diferencial da SEEDCORP I HO pelos seus clientes e produtores no Cerrado brasileiro. Por isso, a empresa continua com foco no melhoramento genético da soja, trazendo esses caracteres conjugados (biotecnologia e genes nativos de defensividade). “Isso permite maior certeza de adaptação/estabilidade e posicionamento das novas cultivares que chegam ao mercado, dando maior nível de segurança para o produtor, que semeará nossas cultivares com posicionamentos certeiros”, informa.
Para a estação de Sertanópolis, algumas demandas e necessidades específicas para o Sul são prioridade, como grupos de maturação ajustados para as distintas regiões, biotecnologia adequada e resistência à Phytophthora. A configuração e o modo de operação da nova estação são similares à que a empresa possui em Primavera do Leste (MT). Como não há possibilidade de fazer gerações de inverno a campo na estação de Sertanópolis, pelo risco de frio e geadas, toda parte de contra-estação (execução do avanço de gerações em outros locais) é conduzida em Formoso do Araguaia (TO), onde, atualmente, já são conduzidas gerações de inverno do programa de melhoramento do Cerrado para acelerar o ganho genético do programa. Outra etapa importante do programa de melhoramento são os cruzamentos artificiais, as chamadas hibridações. “Devemos fazer alguns projetos a campo na estação, mas também serão apoiadas pelo time de Primavera do Leste (MT), onde possuímos infraestrutura de casa de vegetação climatizada para melhor eficiência do processo”, informa o diretor.
A estação da SEEDCORP I HO em Sertanópolis ocupa possui 40 hectares, com pivô central instalado na maior parte da área, o que possibilita irrigação a qualquer hora, com infraestrutura de edificações e equipamentos específicos para desenvolvimento de todas as etapas do Programa de Melhoramento Genético de Soja. Ela é liderada pela melhorista de soja Micheli Thaise Della Flora Possobom. Formada em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), ela é mestre em Agronomia, com ênfase no Melhoramento de Plantas pela mesma universidade, e doutora em Fitotecnia, também com ênfase no Melhoramento de Plantas, pela Universidade Federal de Viçosa (MG).
Ampliação do portfólio
A SEEDCORP I HO lançou uma nova marca de genética de soja em 2021, a Ellas Genética, ampliando o uso de cultivares oriundas de seu banco de germoplasma. A escolha do nome é um reconhecimento ao papel das mulheres no agronegócio e para atender a um mercado de soja cada vez mais dinâmico e crescente no País.
Fonte: Cláudia Rodrigues Santos Nunes