A seca, um dos maiores desafios enfrentados pelos produtores de soja no Brasil, deixou um rastro de perdas bilionárias ao longo da última década. De acordo com a Embrapa Soja, entre as safras 2014/15 e 2023/24, cinco dos principais estados produtores — Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná — deixaram de colher cerca de 160 milhões de toneladas da oleaginosa devido à estiagem. O prejuízo estimado ultrapassa US$ 80 bilhões, um valor que não afeta apenas os agricultores, mas reverbera em toda a cadeia produtiva, incluindo setores como avicultura e suinocultura.
“A perda monetária é significativa e atinge diretamente o bolso do produtor de soja, mas seu impacto sobre a economia é muito maior, já que a cadeia do grão é responsável pelos custos de outras atividades agrícolas”, afirmou José Renato Farias, da Embrapa Soja, que também coordena o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) ao Valor Econômico.
O Rio Grande do Sul se destaca como o mais vulnerável às estiagens, perdendo, em média, uma safra completa a cada quatro colhidas. Já o Paraná, outro estado crítico, tem enfrentado perdas significativas, colhendo uma safra a menos a cada seis.
Diante de cenários tão desafiadores, produtores buscam ferramentas para reduzir os impactos da estiagem nas lavouras. Uma das soluções que têm ganhado destaque são os polímeros superabsorventes, que desempenham um papel crucial no manejo da água em solos submetidos à seca prolongada. Capazes de armazenar grandes quantidades de água e liberá-las gradualmente para as plantas, ajudando a manter a umidade do solo por mais tempo. Essa tecnologia não apenas minimiza perdas nas lavouras, mas também oferece maior segurança aos produtores.
Loremberg de Moraes, diretor da Hydroplan EB, destaca a importância de soluções inovadoras para enfrentar as mudanças climáticas. “Os desafios impostos pela seca exigem estratégias inteligentes e sustentáveis. Nossos polímeros têm se mostrado uma ferramenta eficaz para ajudar os produtores a superar adversidades e garantir colheitas mais seguras, mesmo nas condições mais extremas”, afirma.
Fonte: Kaísa Romagnoli