A safra paulista de grãos 2023/2024 apresentou um cenário desafiador, com uma redução significativa na produção total, estimada em 8,92 milhões de toneladas, representando uma queda de 22,2% em relação à safra anterior. Os principais fatores que contribuíram para esse resultado foram as condições climáticas adversas, caracterizadas por ondas de calor e irregularidades pluviométricas, que impactaram negativamente a produtividade de diversas culturas.
A análise dos dados revela que, apesar de um leve aumento de 0,4% na área plantada, que alcançou 2,63 milhões de hectares, a produtividade média sofreu uma queda expressiva de 22,5%, atingindo 3.396 kg/ha. Essa redução generalizada na produtividade foi observada na maioria das culturas de verão, com exceção do arroz e do sorgo.
O arroz apresentou um crescimento de 11,3% na produtividade, o que resultou em um aumento de 11,2% na produção total, que atingiu 56,6 mil toneladas. Já o sorgo, embora tenha mantido a produtividade praticamente estável, registrou um crescimento de 8,1% na produção (400,9 mil toneladas), impulsionado pelo aumento da área plantada.
Por outro lado, culturas como algodão, amendoim, milho e soja enfrentaram perdas significativas. O amendoim registrou uma queda de 31,8% na produtividade, enquanto o algodão foi cultivado em uma área 23,3% menor que a da safra passada. No caso do milho, a produção recuou 23,1%.
A soja também não escapou dos efeitos das condições climáticas adversas, registrando uma quebra de 25,6% na produção. A produtividade média da soja caiu 26,1%, para 2.800 kg/ha, apesar da área plantada ter se mantido estável em relação à safra anterior, em 1,3 milhão de hectares.
Os números analisados pelo Departamento Econômico da Faesp são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Fonte: Mario Luiz Teixeira