A reprodução equina tem passado por importantes avanços, especialmente com o uso de biotecnologias que visam aumentar a eficiência reprodutiva e o aproveitamento genético dos garanhões. Entre os temas que têm ganhado espaço em centros de pesquisa e prática veterinária, destaca-se a utilização do hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana) como potencial aditivo em amostras de sêmen congelado.
“A criopreservação de sêmen é uma técnica consagrada, mas ainda impõe desafios quanto à motilidade e à viabilidade espermática após o descongelamento. O hCG surge como uma alternativa que auxilia na espermatogênese podendo melhorar a qualidade espermática”, explica a médica-veterinária e coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal, Camila Senna.
O hCG possui ação semelhante à do hormônio luteinizante (LH), com capacidade de estimular a produção de testosterona nos testículos e promover efeitos positivos sobre a capacitação espermática — uma fase fundamental para que o espermatozoide adquira a capacidade de fecundar o oócito. Essa propriedade o torna um candidato interessante para ser incorporado aos protocolos de inseminação artificial com sêmen congelado.
O benefício do HCG está ligado na melhora da produção de testosterona (hormônio responsável pela espermatogênese junto às células de Sertoli). “São fatores essenciais para o sucesso reprodutivo, sobretudo em garanhões de alto valor genético ou em programas seletivos com grande exigência de eficiência”, destaca Camila.
Os resultados em campo são promissores. Pesquisas conduzidas em centros especializados apontam para uma melhora na resposta funcional dos espermatozoides e em taxas de fecundação, especialmente em condições em que o sêmen congelado tem desempenho inferior ao fresco.
“Cada garanhão pode responder de forma diferente, e por isso a avaliação individualizada ainda é uma etapa indispensável”, alerta a especialista.
Segundo a profissional a tendência é que, com o avanço das pesquisas e padronização dos protocolos, o uso do hCG se torne uma ferramenta complementar valiosa na reprodução assistida equina. “Estamos falando de uma possibilidade real de aumentar a eficiência dos programas reprodutivos, respeitando a fisiologia dos animais e aproveitando ao máximo o potencial genético dos reprodutores”, conclui.
Fonte: Gisele Assis