Representantes da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) estiveram em Brasília (DF) participando de encontros durante a 73ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos. Além do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o grupo foi recebido também no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
No Mapa, o grupo preliminarmente avançou em uma demanda do próprio ministério junto à Câmara Setorial que tratou da viabilidade de realização dos exames exigidos para entrada de ovinos e caprinos nas centrais de coleta e processamento de sêmen (CCPS). Ainda no Mapa, a pauta que dominou o encontro foi relativa ao registro genealógico, importações e exportações do setor.
Com relação às importações, a superintendente de Registro Genealógico da Arco, Magali Moura, informou que o grupo conversou com representantes do registro genealógico, com a coordenação da Secretaria de Defesa Animal e também com o secretário Marcelo Mota. “A normativa que existe hoje para importação nos impede de importar animais de alguns países, em cima de algumas exigências. E é neste tema que temos a demanda de revisão desta normativa”, relatou. Magali referiu ainda a possibilidade de abertura de novos livros para controle da formação de novas raças.
Já sobre exportações, Magali ressaltou a abertura de novos mercados para os ovinocultores que vem ocorrendo. “Fomos agradecer ao ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, e pedir que sigam no intuito de abrir novos mercados, para que possamos continuar exportando, principalmente genética ovina”, ressaltou.
Outra questão foi esclarecer pontos para viabilizar exportações de material genético para a Colômbia, a exemplo do que já ocorre em outros mercados, sendo os dois últimos Angola e Omã. Outra pauta foi a doença do Scrapie. Hoje, para os países que fazem parte do Órgão Mundial de Saúde Animal (OMSA), existe a exigência de controle ou que a doença esteja erradicada no país. Neste sentido, a Arco tenta junto ao ministério a elaboração de um protocolo para fazer o controle sanitário e, futuramente, tornar o país livre da doença Scrapie para exportação. Atualmente o Brasil não tem autorização para exportar animais em pé, apenas material genético para multiplicação.
O presidente da Arco, Edemundo Gressler, também destacou os vários pontos abordados junto às autoridades como a necessidade de abertura de centrais de processamento e congelamento de sêmen, a possibilidade de que a Arco ingresse com os registros de duas raças sintéticas ovinas, o Berganês e a Soinga, e também a consolidação de mais mercados para exportações de sêmen e embriões. Gressler fez um balanço positivo da visita. “Conseguimos reforçar o forte trabalho que a Arco vem desenvolvendo junto ao governo e legislativo no sentido de que tenhamos políticas públicas que visem o desenvolvimento e o fomento da ovinocultura”, enfatizou.
Entre os pontos também destacados pelo presidente da Arco durante a reunião da Câmara Setorial, estão a possibilidade futura de o Brasil exportar lã suja ou lavada para a China e ampliação dos debates com relação ao plano sanitário que é hoje a grande ferramenta que possibilitará que o país possa exportar mais material genético. “Essa possibilidade de se abrir um protocolo de ações do ministério para que o Brasil consiga, num curto espaço de tempo, receber o selo de país livre de Scrapie, é fundamental”, ressaltou.
Já no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional foi debatido o fortalecimento das Rotas do Cordeiro e do Leite, que são iniciativas que visam o desenvolvimento dos arranjos produtivos locais. Em reunião com o coordenador geral de sistemas produtivos e inovadores do Ministério, Tiago Araújo, ficou acertado que o consultor Daniel Benites virá ao Rio Grande do Sul nos próximos dias para visitar a cadeia do cordeiro e do leite nas regiões de Bagé e de Sant’Ana do Livramento.
Fonte: AgroEffective Assessoria de Imprensa