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Reintrodução de lobos-guarás na natureza completa um ano e protocolo desenvolvido em parceria com o Parque Vida Cerrado avança

Estudo que realiza o monitoramento do maior canídeo da América Latina, cuja espécie está ameaçada de extinção, auxilia pesquisadores em todo o país

No mês de maio, o Parque Vida Cerrado completa um ano desde a primeira reintrodução de lobos-guarás como parte do desenvolvimento de um protocolo inédito sobre a reabilitação dos animais na natureza, realizado em parceria com o ICMBio, ONG Jaguaracambé, Projeto Sou amigo do Lobo e Projeto Ritmos da Vida. Cinco lobos-guarás, espécie que está ameaçada de extinção no Brasil, já foram soltos e três continuam sendo monitorados tanto pelos institutos participantes quanto pelo Parque, primeiro e único centro de educação socioambiental do Oeste baiano, que há 16 anos abriga um criadouro conservacionista e um centro de excelência em restauração do bioma Cerrado.

O estudo, ainda em progresso, busca contribuir para a conservação dos lobos-guarás, por meio da elaboração conjunta de um protocolo para a espécie que indica ações de recebimento, treinamento, soltura ou translocação e o monitoramento dos animais pós-soltura.

Os pesquisadores, biólogos e veterinários envolvidos no monitoramento analisam o impacto da idade do filhote de lobo-guará no recebimento, tempo ideal de treinamento e comportamento resposta aos estímulos de atividades de caça, forrageio, patrulhamento, marcação de território e a influência disso na probabilidade de melhor adaptação. O comportamento dos animais frente à presença humana, algo essencial para a avaliação de sucesso da reintrodução, também é estudado no protocolo.

Pesquisadores do Parque Vida Cerrado – organização fundada e mantida pela Galvani, empresa brasileira que atua no setor de fertilizantes – já puderam considerar como satisfatória a reintrodução da primeira loba-guará do oeste da Bahia como parte do projeto, a Caliandra, que já está solta há um ano e durante todo monitoramento expandiu a área de exploração e se apresentou recorrentemente saudável.

“O maior indício de uma reintrodução de sucesso é quando o animal é capaz de reproduzir, pois ele cumpre o papel de gerar sua própria ninhada”, explica Gabrielle Bes da Rosa, bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado. “No início do ano, percebemos o pareamento da Caliandra com o José Bonifácio, animal de vida livre que recebeu o colar de GPS no ano passado, em outro projeto de monitoramento de fauna. Existe, inclusive, uma possibilidade de gestação por parte dela, mesmo que pequena, mas o pareamento já é um indicativo muito favorável, já que se trata de uma espécie territorialista”, informa Gabrielle, acrescentando que os pesquisadores também buscaram comparar as atividades da Caliandra à do José Bonifácio e da Elizabeth, outra loba-guará de vida livre, já que todos receberam o colar de monitoramento na mesma região.

Quando finalizado, o protocolo será transformado em artigo científico, cartilha e manual para cursos de reabilitação da espécie, e poderá servir de base para futuros estudos e reintroduções do lobo-guará, assim como outras espécies, na natureza.

Entenda como funciona o monitoramento realizado pelo Parque Vida Cerrado

A equipe do Parque Vida Cerrado iniciou, em 2020, o protocolo de reabilitação de filhotes órfãos à natureza. Por meio do estudo, as organizações trabalham em conjunto para fazer com que esses animais tenham a chance de voltar a viver em habitat natural, uma vez que não foram treinados e ensinados pelos pais. Para tanto, os pesquisadores preparam os filhotes por meio de treinamentos de caça e defesa.

Após esse período, o comportamento de cada lobo-guará é observado e os pesquisadores analisam aqueles que podem estar aptos à reintrodução. Essa observação é imprescindível para verificar as chances de uma reintrodução de sucesso, já que animais amansados, ou seja, que demonstram tranquilidade perante a presença humana, podem ter maior dificuldade de adaptação.

Nos primeiros três meses de soltura, os lobos-guarás também podem recorrer a um recinto de aclimatação, que simula um habitat natural, caso encontrem dificuldade em se alimentar nas proximidades, processo chamado de soltura branda.

Durante o primeiro ano de reintrodução, o protocolo busca observar, principalmente, dados cardíacos e geolocalização dos animais, por meio de colares especiais, e monitores cardíacos capazes de identificar o nível de estresse enfrentado pelo animal, o que indica a adaptação ao ambiente. Esse período, como observam os pesquisadores, pode variar para cada bicho.

Fonte: Assessoria Galvani

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