Especialistas indicam antecipação nas compras e cuidados na escolha de animais certificados e com índices genéticos superiores
Vai faltar touro na temporada de primavera da pecuária, tradicional período de vendas do setor, em especial no Rio Grande do Sul. A avaliação foi feita por participantes do Agropauta Web Talks, que debateu o mercado pecuário e suas perspectivas na noite de segunda-feira, 30 de agosto. Participaram do encontro virtual o leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, o presidente do Conselho de Administração do Instituto Desenvolve Pecuária, Ricardo Giuliani, e o associado da Conexão Delta G e titular da Wolf Agricultura e Pecuária, Frederico Wolf.
Conforme Silva, a sinalização é de uma redução de 40% na oferta de touros nos remates de primavera em relação à 2020, enquanto nas fêmeas esse percentual chega a 70%, o que se explica pela valorização e pela antecipação do entoure. “Acredito que não teremos touros sendo vendidos a menos de R$ 18 mil. Este é o número que esperamos baseado nas vendas de abril até agora. Nas fêmeas devemos levar em conta duas coisas: a idade, se é uma terneira que vai fechar um ano, então ela leva um tempo um pouco maior para desfrutar reprodutivamente, e também a qualidade genética, o que ela traz intrinsecamente no seu sangue”, destacou.
Neste cenário, Giuliani recomendou que o produtor que for às compras busque antecipar as mesmas. Além disso, é importante que os criadores busquem animais certificados pelas associações de raça. “Não deixem para comprar amanhã. Vai faltar touro nesta temporada. Faltou terneiro e vai faltar touro. Quando diminui a oferta de touros e a demanda continua a mesma e a tendência é aumentar porque a cria está valendo, o touro será mais valorizado que nos outros anos. E lembrando que touro é touro registrado. É o touro certificado e avalizado pelas associações”, observou.
Na questão de dados e informações, Wolf lembrou também da importância da análise de índices e dados genéticos dos animais na hora das escolhas dos reprodutores. “Medir para identificar os animais que são mais produtivos para comercializar e utilizar também. A Conexão Delta G é pioneira e sempre trabalhou muito bem com este foco e com este objetivo que eu entendo que agora, neste momento que nós estamos, com o mercado que temos hoje e com a maneira que está sendo comercializado, é extremamente importante aumentarmos a produtividade. E a genética é a produtividade na veia. A forma que conseguimos identificar animais que são superiores e confirmadamente são capazes de transmitir melhores índices e ganhos, este é o ideal”, salientou.
Fonte: AgroEffective