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Queijaria artesanal paulista, uma saborosa tradição feminina, em busca de mais um prêmio

As receitas de família, passadas pelas avós, ganharam uma nova roupagem com as técnicas dos cursos e deram visibilidade e elegância a essa milenar arte gastronômica.

Mais que uma arte, a produção de queijos artesanais, que tem ampliado a rentabilidade das propriedades rurais, vem ganhando força na área gastronômica mundial.Variedades inovadoras buscam atender a um consumidor ávido por novidades, por sabores únicos, combinações diferenciadas e qualidade inigualável. Essa opção gourmetizada de um produto milenar tem levado muitas mulheres a mostrarem que a queijaria sempre esteve pronta a atender um paladar apurado e oferecer o produto
ideal para cada cliente.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou nesta terça-feira (11) a segunda edição do Prêmio Brasil Artesanal 2025 – Queijo, com inscrições abertas até o dia 06 de Maio. A premiação será em três categorias – tradicional (de 30 a 180 dias de maturação), tratamento térmico e com adição de aromatizantes e condimentos. Os cinco finalistas das três categorias, de acordo com o regulamento, serão premiados com certificado e valores em dinheiro. Os três primeiros ganharão selos Ouro, Prata e Bronze. O cronograma está disponível no edital do concurso.

Para Sandra Regina Rezende, que atua como instrutora do Senar-SP desde 1996, o conhecimento das técnicas agrega muito na qualidade do queijo artesanal e prêmios como esse ajudam a dar visibilidade e explorar a criatividade do setor. Ela lembra que, como pecuarista, fez especialização em laticínios para transformar o leite em um produto refinado, criando uma infraestrutura para buscar novos sabores e texturas.Essas técnicas ela repassa aos alunos, dando a eles a possibilidade de construírem
uma identidade própria ao produto.

“Sou descendente de produtores rurais e sempre fomos feirantes. Agregamos valor à produção para diminuir perdas e aumentar a renda e, no caso do queijo, a criatividade conta muito. Tenho orgulho de trabalhar com a formação de profissionais em laticínios e ver a produção paulista crescer e tornar-se referência de qualidade”, frisou Sandra Regina, que recentemente passou a coordenar os processos de regularização de queijarias com leite de búfala, ovinos e vaca, em Natividade da Serra.

A presença das mulheres na produção de queijos artesanais no Brasil é fundamental para a preservação da tradição e para a inovação no setor. Historicamente, muitas famílias produtoras passaram o conhecimento de geração em geração, com as mulheres desempenhando um papel central no manejo do leite, na produção dos queijos e na gestão dos negócios. Esse envolvimento não apenas mantém vivas as técnicas tradicionais, mas também impulsiona a valorização dos produtos artesanais,
garantindo a identidade e a qualidade dos queijos regionais.

E a preocupação com a qualidade tem sido uma constante. Juliana Furlan, da Estância do Queijo de Botucatu, diz que fez inúmeros cursos do Senar por entender a importância do aprimoramento da técnica para oferecer produtos exclusivos, como geleias e embutidos de carne suína, mas foi no de Laticínios que encontrou sua vocação. Sua mudança para o campo fez com que buscasse uma forma para sobreviver com os recursos do sítio.

“Peguei as receitas tradicionais da minha avó e adicionei as técnicas que aprendi no Senar. De início produzia para levar para a família e oferecer aos amigos. Como teve boa aceitação, contactei o serviço de inspeção para poder trabalhar de forma regular e poder ofertar meus produtos ao grande público. Vou me inscrever nesse concurso e mostrar a força da queijaria artesanal paulista”, disse Juliana, que recebeu em 2020 o Selo Arte e, em 2024, o Selo Agro.

Segundo o presidente do sistema Faesp/Senar, Tirso Meirelles, o queijo artesanal é uma tradição do estado, sendo criada inclusive uma Rota Turística específica. A capacitação em técnicas de processamento do leite e produção de derivados é importante para agregar valor e mostrar a capacidade criativa de cada um, oferecendo texturas e sabores únicos. Concursos como o da CNA estimulam o desenvolvimento do setor.

“Tenho certeza de que São Paulo fará bonito nessa premiação da CNA, uma vez que o estado é um dos maiores produtores de queijo artesanal do país. A tradição paulista, associada a uma busca incessante por criações únicas, será o grande diferencial do concurso. Técnica e arte darão lugar de destaque aos nossos queijeiros e, em especial, às queijeiras que estão dominando o mercado nacional e externo”, concluiu Meirelles.

Fonte: Mario Luiz Teixeira

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