A estiagem é um dos períodos mais desafiadores para a pecuária brasileira. A redução na quantidade e qualidade da forragem compromete a nutrição do rebanho, impactando diretamente o ganho de peso, a produtividade e até mesmo a taxa de fertilidade, além do comprometimento do sistema imunológico. Para enfrentar o período seco sem prejuízos significativos, o manejo nutricional adequado e o uso de suplementação estratégica tornam-se aliados indispensáveis dos produtores.
Segundo Mariana Lisboa, gerente nacional de Nutrição da Supremax, a queda no valor nutricional das pastagens afeta a digestibilidade e o aporte de minerais e proteínas essenciais. “Quando a forragem perde qualidade, o animal não consegue extrair energia e nutrientes suficientes para manter sua saúde e produtividade. Nesse cenário, a suplementação mineral e proteica é fundamental para evitar perda de peso e preservar o desempenho do rebanho”, afirma.
A suplementação mineral é importante para compensar as carências das pastagens secas, que possuem baixo teor de minerais como cálcio, fósforo, sódio e zinco. Já a suplementação proteica estimula a digestão das fibras da forragem e melhora o consumo de matéria seca, garantindo manutenção do peso corporal do animal. Em casos específicos de maior demanda metabólica ou em sistemas mais intensivos, como os de engorda, a suplementação energética também pode ser introduzida no manejo nutricional.
“É importante que os pecuaristas também utilizem alimentos alternativos e volumosos, como silagem e feno, para complementar a dieta. O planejamento prévio é determinante para garantir o fornecimento contínuo desses insumos, reduzindo o impacto das oscilações climáticas”, explica Mariana.
A avaliação nutricional do rebanho nesse período também deve ser constante. O acompanhamento do escore corporal (ECC), o monitoramento da produtividade e a consulta com um zootecnista ou médico veterinário permitem ajustes precisos na dieta. Paralelamente, um manejo adequado das pastagens, com sistemas de rotacionamento para evitar o superpastejo, cultivo de espécies adaptadas à seca, manejo de irrigação e reserva de áreas de forragem para pastejo em períodos críticos, contribui para a manutenção da oferta de alimento ao longo da estiagem.
“Para atravessar este período com segurança e bons resultados, o ideal é que os produtores façam estoque de volumosos durante a época de chuvas, forneçam suplementos minerais e proteicos regularmente, monitorem o escore corporal e a saúde do rebanho, e trabalhem com pastagens resilientes e sistemas integrados, como Integração Lavoura-Pecuária (ILP), por exemplo”, afirma a especialista.
Fonte: patricia.mattos@