O que poderia ter sido uma perda irreparável se transformou em um case de resiliência do solo na Fazenda Tropical. Após seis meses de monitoramento, o Grupo GoGenetic, em parceria com a Syncbio, concluiu que a área atingida por um incêndio em setembro de 2024 não apenas se recuperou rapidamente, como encerrou a safra com indicadores biológicos superiores à área controle.
O Projeto Queimadas acompanhou a evolução da microbiota do solo ao longo de todo o ciclo da soja, do pré-plantio à pós-colheita. As análises finais apontaram maior presença de agentes de biocontrole, fixadores de nitrogênio e promotores de crescimento na área queimada — resultado atribuído às práticas regenerativas já consolidadas na fazenda e a tratamentos específicos aplicados após o fogo.
Segundo Vânia Pankievicz, Diretora de Operações do Grupo GoGenetic, o manejo contínuo e regenerativo foi decisivo para o desempenho positivo. “O local já estava equilibrado antes do incêndio e recebeu aplicações específicas logo depois. Isso fez com que a recuperação fosse não apenas rápida, mas superior à área controle”, explica.
Na divulgação parcial feita em março, durante live no Canal PodSolos, os resultados iniciais já indicavam impacto mínimo na estrutura microbiana e alta resiliência, atribuídos às práticas de agricultura regenerativa adotadas na propriedade. Daniel Mol, agrônomo da Syncbio, complementa que fatores climáticos também contribuíram. “A seca prolongada antes das queimadas já havia estabilizado o microbioma, favorecendo uma resposta mais eficiente ao estresse térmico”, analisa.
O desempenho final foi impulsionado por um conjunto de práticas aplicadas logo após o fogo, incluindo o uso de produtos biológicos e condicionadores do solo, alinhados aos princípios da agricultura regenerativa. “Esse estudo reforça que práticas regenerativas e sustentáveis de manejo aumentam a resiliência e a saúde do solo, tornando-se cada vez mais essenciais diante das incertezas climáticas”, conclui Vânia.
Fonte: Élcio Ramos
