Conforme o Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os mais de 500 tipos de solos existentes no Brasil, apenas 31,9% têm potencialidade para o desenvolvimento agrícola considerada boa ou muito boa. Apesar disso, com a aplicação de novas técnicas e tecnologias, é possível multiplicar o potencial da terra. Uma boa notícia neste dia 14 de abril, Dia Nacional da Conservação do Solo. A data foi instituída pelo Decreto de Lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989, como uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para estimular a preservação e produtividade das terras brasileiras.
Em Hidrolândia, região metropolitana de Goiânia, uma iniciativa de aplicação de tecnologias tem gerado benefícios a pecuaristas leiteira, desenvolvida pela Marajoara Laticínios a partir do processo de tratamento de sua água residual. A indústria, que envasa mais de 12 mil litros por hora e oferece mais de 10 itens em sua linha de produtos, entre leites desnatado, semidesnatado, sem lactose, cremes de leite, leite condensado e achocolatado, possui uma Estação de Tratamento de Água (ETE) que, além de promover a purificação da água em índice superior a 90%, descobriu que o resíduo era uma biomassa rica em proteína que poderia beneficiar o cultivo do capim.
O processo de tratamento da água gera cerca de 300 toneladas de adubo por mês. Em 2018, a indústria aprovou junto ao órgão ambiental o Projeto Biomassa para destinar esse resíduo para pecuaristas vizinhos. “Essa biomassa é muito rica em matéria orgânica, em micro e macronutrientes para o solo”, conta Vinícius Junqueira, diretor geral da Marajoara Laticínios.
O fertilizante é fornecido gratuitamente para produtores locais que são cadastrados, e após a indústria faz a análise do solo da propriedade. Um dos beneficiados pelo projeto é o pecuarista Emerson Oliveira, que recebe todos os dias o caminhão pipa cheio de biomassa em sua propriedade. “Desde que comecei a jogar a biomassa no capim, passei a colocar mais gado no espaço e diminui a necessidade de ração”, conta.
Fonte: Eduarda Leite