No Assentamento Carrijo, zona rural de Poconé, produtores rurais iniciaram há oito meses a preparação para a alimentação do gado no período da seca. As orientações chegaram com os atendimentos da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) que dá suporte a 20 propriedades rurais da região.
Cícero Francisco de Souza, proprietário do Sítio 3Fs cria porco e galinha, mas a sobrevivência vem mesmo é do gado de leite. Quando a assistência chegou à propriedade, ele havia acabado de adquirir as primeiras mudas do BRS Capiaçú. Graças às orientações, ele iniciou o plantio e já alcançou 0.4 hectares de área. “Agora quero aumentar o plantio e conseguir fazer silagem para melhorar a produção”, destacou.
Com 12 vacas em lactação, o bovinocultor produz em média de 70 a 95 litros de leite/dia. Juntos, os produtores rurais atendidos pela ATeG na região alcançam os 1.200 litros/ dia. Uma satisfação para o Sindicato Rural de Poconé, parceiro do Senar-MT no projeto. “É muito gratificante ver esse crescimento em propriedades que não estavam produzindo. O avanço está sendo maravilhoso”, destacou a mobilizadora Marília Silva.
Para o médico veterinário e técnico de campo credenciado ao Senar-MT, Afonso Henriques Campos, a assistência tem dado suporte para que os produtores tenham melhores resultados na época de estiagem. “Um grande desafio dessa região é o estresse térmico porque é um muito quente e seco, principalmente nesta época. Sem a capineira já estaríamos com a pastagem raspada, o gado magro e baixa produção de leite”, explicou.
Alguns quilômetros a frente, na propriedade vizinha – Sítio Esmeralda – o produtor rural Joaquim Soares de Oliveira também comemora os primeiros resultados da assistência técnica. Aos 66 anos e apenas com o auxílio da esposa, Iracema, Joaquim também iniciou o plantio de BRS Capiaçú para alimentar o rebanho. “Depois que veio o Doutor (técnico de campo) que eu passei a acreditar que a gente pode melhorar e tirar um leitinho melhor”, destaca.
Nascido e criado no sítio, o produtor ainda está aberto para novos conhecimentos. “Aqui é longe da cidade, antes a gente tinha uma criação e não sabia como fazer. Hoje quando ele não vem, a gente filma, manda pra ele que já responde falando o que a gente precisa fazer pra melhorar. Ajuda muito”, afirmou.
Como só moram ele e a esposa, o produtor adaptou uma “carretinha” para carregar a capineira cortada até o triturador e construiu um sistema de irrigação. Dona Iracema se diverte com as invenções do marido. “Ele que inventou tudo isso aí para ajudar”.
Metodologia – Ao todo, no município de Poconé são atendidos 30 produtores rurais na cadeia produtiva de bovinocultura de leite, além de uma turma na cadeia da olericultura. Estão previstos dois novos grupos: um de bovinocultura de corte e outro de apicultura.
Segundo a mobilizadora do Sindicato, para ser atendido o produtor deve procurar a instituição. “O produtor pode fazer uma visita ao Sindicato que lá vamos explicar como funciona o programa. Ressaltando que estamos abertos para atender todos os produtores rurais desde os pequenos aos grandes”, afirmou.
Ianna Alves, analista de desenvolvimento da ATeG, explica que o atendimento tem o caráter individualizado para cada realidade. “Cada produtor rural é único. Não existe uma receita de bolo. O técnico de campo faz um diagnóstico, analisa o perfil do produtor e elabora um plano de ação para atender os objetivos do produtor rural que é baixar custo e aumentar produção”, explica.
Fonte: Imprensa SENARMT Unknown