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Produtores com apoio do Senar-GO se destacam na produção

Dia Mundial do Leite: conheça casos de sucesso de produtores que contam com apoio do Senar Goiás e se destacam na produção

Chegar até o Sítio Maranata, na cidade de Goiás, é quase como participar de um rally. Isso porque é preciso passar por estradas estreitas e fazer travessia dentro de córrego. Apesar da dificuldade de acesso à propriedade, Glauter Marques resolveu sair de Aparecida de Goiânia, onde tinha casa e a profissão de mestre de obras, para viver no local, tirando o sustento da família por meio do campo. “Me apaixonei pela zona rural, pelas coisas que nem sempre a gente dá valor quando mora na cidade. Tudo natural, coisas simples que dão outro sentido pra vida da gente”, explica.

Mas para concretizar sonhos é preciso também enfrentar desafios. Quando investiu na propriedade, na cidade de Goiás, Glauter não tinha a menor experiência com o trabalho no campo e muito menos com produção leiteira. Com apenas quatro vacas, tirava no máximo 40 litros de leite por dia. As contas eram apertadas, tinha muito a ser feito na propriedade e ele não sabia por onde começar e o que priorizar. Até o momento em que um amigo indicou os cursos do Senar Goiás. “Quando iniciei meu primeiro curso, só fazia perguntas nada a ver. Mas os instrutores do Senar são muito pacientes e têm vontade de ajudar a gente. O grande divisor entre o tempo das vacas magras até a fartura foi quando eu participei do Programa Gestão de Pecuária Leiteira. Eu entendi que não é preciso comprar coisas caras e, sim, melhorar o que a gente tem, com os recursos que temos”, afirma.

Hoje, Glauter já fez piquetes em toda a propriedade, comprou um tanque para armazenamento de leite, montou uma pequena ordenha, que está sendo ampliada, e fez o curso de inseminação artificial do Senar Goiás. Já a esposa dele, Cristiane Leite, é responsável pela ordenha das vacas e por fazer a contabilidade da propriedade. “O Senar nos ensinou a fazer gestão. Não é porque ganhamos mais dinheiro esse mês, que temos que sair gastando. É preciso colocar tudo na ponta do lápis. O que temos de gasto fixo, gastos futuros e nossa receita prevista. Vamos devagar, mas sempre fazendo as coisas com segurança”, enfatiza Glauter.

No Sítio Maranata moram o casal, dois filhos, os pais e a avó de Glauter. Todo o sustento vem do leite que vendem. Atualmente, a produção gira em torno de 250 litros de leite por dia. São 18 vacas, sendo 11 em lactação, e bezerras prenhes que foram inseminadas. “Glauter foi orientado e ensinado a fazer o planejamento alimentar do rebanho, estruturação do rebanho, melhorar o manejo dos animais e adotar melhorias como intensificação de pastagens, seleção e melhoramento genético animais, controle sanitário e qualidade do leite, em busca de aumentar a produtividade e, em consequência, a rentabilidade. O legado era fazer o simples bem feito e da melhor maneira possível, melhorando e explorando o que tinha de melhor ao alcance dele”, explica o consultor em Pecuária e instrutor do Senar Goiás, João Batista de Paula Neto.

Ele acrescenta que Glauter tem grandes sonhos e quer inspirar outras pessoas a ganharem dinheiro no campo. “A meta dele é tirar mil litros de leite por dia. O Senar Goiás tem atuado para que ele possa alcançar os objetivos dele”, informa o instrutor.

Mais produção

Em 2003, o Senar Goiás criou o Programa Gestão da Pecuária Leiteira (PGPL) para ensinar o produtor rural a administrar melhor a produção de leite em sua empresa rural. Desde esse período, o PGPL já capacitou milhares de produtores, que passaram a produzir mais e cuidar melhor do próprio negócio. “Vejo que toda atividade, em busca da eficiência e crescimento, necessita ser conduzida com um mínimo de gestão e controle, levando a um nível de profissionalismo, principalmente uma atividade complexa como a produção leiteira. O PGPL tem o objetivo de buscar uma produção mais rentável e sustentável, com responsabilidade social, econômica e ambiental”, detalha João Batista de Paula Neto.

Programa Gestão de Pecuária Leiteira (PGPL)

– 09 encontros quinzenais de 2 dias (com 16 horas cada módulo)

– 8 às 17 horas, com carga horária total de 144 horas

– Módulos

Administração Rural/ Planejamento e organização

Cria e recria de fêmeas leiteiras

Alimentação e manejo no período seca

Qualidade do leite

Sanidade e reprodução animal

Alimentação e manejo no período chuvoso;

Administração rural / Gerenciamento e controle

Análise do mercado e custos de produção

Análise de rentabilidade e técnicas de negociação

Fazenda goiana conquista reconhecimento nacional

Há mais de 30 anos, Edilberto Marra se dedica à produção de leite na Fazenda Parousia, em Palminópolis. Ao todo, são 80 hectares voltados para a criação de gado holandês puro e outros 15 hectares de reserva ambiental. O pecuarista sempre trabalhou para que a propriedade tivesse o melhor desempenho técnico de gestão e genético. Com o gado holandês Jersey, em 2020, ele atingiu a marca de mais de 2,5 milhões de litros de leite por ano.

Por causa desse resultado, em fevereiro, a fazenda recebeu o Prêmio Índice Ideagri do Leite Brasileiro – Categoria Perfil 1 – Melhor fazenda de produção de leite com predominância de  gado europeu. “Fiquei muito feliz, porque a nossa propriedade é pequena, se comparada a tantas outras que concorreram ao prêmio. É sinal de que o nosso trabalho está no caminho certo. Por isso, sempre destaco as parcerias na área de gestão, como o Sistema da Ideagri, da Faeg, para buscarmos melhorias para o setor e, claro, do Senar Goiás, que é responsável por toda a qualificação da mão de obra da fazenda por meio de cursos”, explica Edilberto Marra.

Na premiação, foram avaliados 12 indicadores na Fazenda Parousia, como percentual de vacas em lactação, taxa de prenhez, produção, dias em lactação, taxa de mortalidade de vacas, taxa de sobrevivência, entre outros. Cada indicador tem várias especificações técnicas. “A fazenda do Edilberto concorreu com outras 332 de diversas regiões do País. Os dados obtidos foram convertidos em uma nota de 0 a 10. A propriedade Parousia obteve a maior nota das no Perfil 1, que foi de 8,78, sendo a campeã nacional da categoria”, detalha Heloise da Cunha Duarte, diretora de operações e fundadora da Ideagri.

Fonte: Sistema Faeg/Senar/Ifag

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