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Prevenção contra Influenza Aviária segue como prioridade na avicultura brasileira

O Brasil reassumiu recentemente o status de país livre da Influenza Aviária em granjas comerciais, após conter com sucesso um foco isolado da doença na região Sul do país. A notícia representa uma vitória para o setor avícola nacional, que responde por mais de um terço das exportações globais de carne de frango. No entanto, autoridades e especialistas alertam: a ameaça continua latente e exige vigilância permanente, ações coordenadas e investimento contínuo em biosseguridade.

SANIDADE SOB RISCO GLOBAL: BRASIL DEVE MANTER RIGOR

De acordo com David Toledo, Gerente de Negócios do segmento de Aves da De Heus Brasil, embora o país tenha retomado o seu status sanitário, o cenário global ainda é de preocupação, tendo em vista que a Influenza Aviária continua avançando em diversas regiões do mundo, elevando o nível de alerta no comércio internacional. Além disso, segundo ele, considerando o posicionamento comercial do Brasil enquanto grande fornecedor de carne de frango para o mundo, qualquer fragilidade no controle sanitário pode comprometer mercados estratégicos e gerar impactos bilionários.

“Essa doença representa dois grandes riscos. No que se refere à questão sanitária, a Influenza é uma doença de propagação rápida e de forte impacto na saúde das aves, podendo levar muitos animais a óbito, além da necessidade de abates sanitários. Já sob o aspecto econômico, esta doença pode ter um impacto catastrófico, pois não bastasse as perdas econômicos diretas, há ainda reflexos negativos nas exportações devido às barreiras comerciais. Afinal, o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e qualquer desafio que interfira na balança entre o volume destinado ao mercado doméstico e internacional, representa impactos e números astronômicos”, ressalta Toledo.

A PREVENÇÃO PRECISA SER INTEGRADA E CONTÍNUA

Para evitar novos episódios, o gerente reforça que a prevenção deve ser estruturada em múltiplos níveis: saúde, nutrição, manejo, infraestrutura, logística e, principalmente, cultura de biosseguridade. “A simples adoção de medidas pontuais já não é suficiente diante do nível de exigência atual. A biosseguridade deixou de ser um diferencial competitivo e já é uma questão de sobrevivência do negócio. Por isso, não existe mais espaço para a falta de profissionalismo quando se trata deste assunto. Essa é uma verdade não apenas para o controle da Influenza, mas também para outras doenças de impacto que afetam o setor avícola, como a Salmonella ou a New Castle. Sabemos que a avicultura é uma cadeia verticalizada, porém, quando o assunto é biosseguridade o plano tem que ser integrado. Saúde, manejo e nutrição precisam estar juntos. É fundamental entender e assegurar que cada parte está sendo feita em prol do sucesso de todos”, aponta o profissional.

Neste sentido, para mitigar os riscos, a orientação da De Heus inclui diversos procedimentos – desde a aquisição de insumos de qualidade e controle de pragas até protocolos logísticos rigorosos, como desinfecção de frota e roteirização, conforme o risco regional, assim como a capacitação constante das equipes. Para a empresa, a prevenção começa bem antes da entrada na granja e deve envolver todos os elos da cadeia produtiva.

NUTRIÇÃO COMO SUPORTE E LOGÍSTICA COMO BLINDAGEM SANITÁRIA

Embora a nutrição animal não tenha impacto direto no controle de vírus respiratórios, como a Influenza Aviária, uma alimentação balanceada e de qualidade contribui significativamente para o fortalecimento da imunidade geral das aves. Além disso, a logística associada à nutrição desempenha um papel estratégico na contenção de riscos sanitários. “A entrega da ração é um dos pontos mais críticos. É preciso garantir que a frota esteja limpa, desinfetada e que os roteiros evitem áreas de risco. O cuidado logístico é tão importante quanto a qualidade do alimento entregue”, reforça o gerente da De Heus.

Diante disso, a De Heus intensificou sua atuação no campo com foco na orientação técnica e biosseguridade. A empresa acredita que a prevenção só será eficaz quando houver responsabilidade compartilhada entre empresas, produtores, fornecedores e equipe técnica. “Nosso papel é oferecer suporte técnico de excelência, mas também ajudar a construir consciência coletiva sobre a importância da biossegurança. O controle da Influenza não é responsabilidade apenas de um elo, mas sim de todos”, pontua Toledo.

VACINAÇÃO EM DEBATE E TENDÊNCIAS REGULATÓRIAS

Apesar da ausência de novas exigências oficiais até o momento, o avanço global da doença pressiona autoridades sanitárias a discutirem alternativas como a vacinação. A medida, ainda em análise no Brasil, enfrenta resistência por parte de alguns mercados importadores, mas já é considerada uma tendência em países com surtos recorrentes. “A vacina pode vir a ser uma aliada importante, mas sua adoção exige cuidado técnico e análise de impactos comerciais. O que não muda é a necessidade de manter vigilância constante e prevenir o problema antes que ele volte a surgir”, finaliza o especialista.

Fonte: MyPress & Co. 

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