Com o dólar acima de R$ 5,60 e os preços internacionais elevados, as cotações do trigo brasileiro seguem apresentando firmeza em pleno ingresso de safra nova
No Paraná, o produtor mostra-se inflexível na pedida de R$ 1.700/tonelada para cereal tipo 01. A base de compra há um mês estava em R$ 1.500/t. Há uma semana havia, subido para R$ 1.600/t. Nesta quinta-feira, foi reportado interesse comprador a R$ 1.650/t e negócio saindo – mesmo que de volume pequeno – a esse preço para comprador goiano. Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, esses movimentos sinalizam que na disputa entre compradores e vendedores para a formação de preços, o segundo parece estar em vantagem.
No Rio Grande do Sul, a pedida do vendedor está entre R$ 1.580 e R$ 1.600 a tonelada. “Do lado comprador, existe uma heterogeneidade nas indicações dependendo do destino. Os moinhos locais estão na retaguarda esperando uma maior disponibilidade diante da colheita da maior safra da história no estado”, conforme o analista, o interesse comprador fica próximo a R$ 1.500/t. Os principais negócios têm sido para exportação, entre R$ 1.510 e R$ 1.520 por tonelada no FOB. Para outros estados foi reportado negócio a R$ 1.530/t.
Conab
A colheita de trigo atingia 58,6% da área até 30 de outubro. Segundo levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na semana anterior, a ceifa estava em 45,9%, Em igual período do ano passado, o número era de 76,1%.
Rio Grande do Sul
A colheita do trigo atinge 48% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, eram 28%. Em igual momento do ano passado, os trabalhos atingiam 76%. A média dos últimos cinco anos para o período é de 65%.
Esta foi mais uma semana caracterizada por predomínio de tempo firme, ótima radiação solar e temperaturas características de primavera, noites e manhãs amenas e elevadas ao longo do dia e também umidade relativa do ar na média baixa.
Argentina
A colheita do trigo atinge 10,5% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a área plantada é de 6,6 milhões de hectares. A área apta para colheita fica em 6,523 milhões de hectares.
Em números absolutos, a ceifa atinge 682,043 mil hectares e acumula 742,945 mil toneladas. Os trabalhos avançaram 3,8 pontos percentuais na última semana e estão 1,8 ponto adiantados na comparação com o ano passado. A expectativa de produção chega a 19,8 milhões de toneladas.
Atualmente, 27% das lavouras argentinas estão com déficit hídrico, contra 34% na semana passada e 38% em igual momento de 2020. As plantas se dividem entre boas (46%), normais (37%) e ruins (17%). Na semana passada, eram 47%, 35% e 18%.
Fonte: Agência SAFRAS