GoGenetic Agro mostra para produtores rurais como o DNA do solo pode determinar a produtividade e alertar para o risco de doenças
Nos últimos anos, o agronegócio expandiu em números, práticas, técnicas, estudos e tecnologias, nascendo dentre elas, a plataforma GoSolos. Idealizada pela GoGenetic Agro, empresa de Curitiba-PR, a genética presente no solo começa a fazer parte do dia a dia do produtor rural, uma importante mudança comportamental que se traduz em produtividade e qualidade das lavouras. É justamente esse avanço tecnológico que será apresentado durante o 1º Simpósio Paranaense de Agricultura Sustentável e uso de Bioinsumos, realizado entre os dias 20 a 22 de junho, em Guarapuava-PR, com foco na agricultura regenerativa. O evento é organizado pelo GAAS (Grupo Associado de Agricultura Sustentável), o Sindicato Rural de Guarapuava e o IDR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná).
“Recolhemos informações gerais do produtor, como quais insumos foram utilizados, quais as características físico-químicas do solo, as condições climáticas da região e os cultivos anteriores. Assim, cruzamos esses dados com a análise biológica da área, gerando conhecimento com sugestões de manejo, usando a precisão da genética. O resultado é o avanço da produtividade por área plantada e a mitigação consistente de doenças”, explica Vânia Pankievicz, fundadora e CEO da GoSolos.
A plataforma GoSolos foi lançada no final do ano passado pela GoGenetic Agro, startup de biotecnologia que nasceu na UFPR, em 2016. A metodologia consiste no sequenciamento genético de uma pequena amostra de solo e informa as sequências de DNA – de bactérias e fungos – encontradas naquela área. O resultado é uma lista com a identidade de milhares de microrganismos que estão, de alguma forma, interferindo na produtividade. “Contudo, saber quais microrganismos estão presentes no solo não é suficiente. Compreender o que eles significam, dentro do contexto de cada área, é o que faz a ciência se tornar concreta para o produtor rural”, explica Vânia.
A necessidade de entender a biologia do solo (microrganismos que vivem embaixo da terra) não é recente. Muitos estudos agronômicos apontam para um tripé que determina a produtividade: a química, a física e a biologia. Entretanto, até o momento, se popularizaram as análises físico-químicas para balizar o manejo da lavoura. As informações biológicas foram, de certa forma, negligenciadas.
“O produtor rural despertou para aprofundar seu conhecimento sobre seu maior ativo: o solo. Nossa análise mostra qual é a microbiota desse solo, se as comunidades que ali vivem estão colaborando com a saúde da planta, se estão ajudando na ciclagem de nutrientes ou se existem microrganismos patógenos que podem causar doença ou agir em sinergia com pragas prejudicando a lavoura. Nosso trabalho é mostrar o universo gigantesco que existe embaixo da terra e usar essa informação a favor do agricultor,” ressalta Vânia.
Fonte: Élcio Ramos