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Plataforma de monitoria sanitária auxilia ‘rotação de fato’ dos anticoccidianos para frangos de corte

A saúde intestinal é fundamental para o bom desenvolvimento das aves de corte. Afinal, o trato gastrointestinal tem a função de obter energia e nutrientes para a manutenção e o crescimento corporal. “Dessa forma, enfermidades que causam danos à mucosa desse órgão acabam por impactar negativamente a absorção e a digestão de alimentos”, afirma Jessica Wammes, assessora técnica de avicultura da Phibro Saúde Animal.

A coccidiose está entre as mais importantes enfermidades avícolas. Ela ocorre quando o protozoário Eimeria sp. passa a parasitar os enterócitos – que são células epiteliais presentes na camada superficial do intestino –, causando inflamação, perda celular e destruição do tecido intestinal. ”Esse protozoário abre portas para infecções bacterianas secundárias, comprometendo o bem-estar animal e o sucesso econômico da granja”, salienta a médica-veterinária.

A prevalência de coccidiose em frangos de corte, no ano de 2022, se mostrou maior a partir dos 25 dias de idade, em comparação com a fase inicial da vida das aves, indica monitoramento exclusivo do Programa de Assistência Veterinária e Integralidade Sanitária (AVIS), desenvolvido e mantido pela Phibro Saúde Animal, com base na necropsia de 5.920 aves.

“Essa maior prevalência pode estar relacionada a dois motivos. O primeiro é o perfil dos programas anticoccidianos adotados no Brasil – nos quais comumente utiliza-se a associação de nicarbazina com ionóforo na primeira fase de vida, obtendo maior potência contra o protozoário, com a manutenção apenas do ionóforo na fase de crescimento, o que implica em menor potência anticoccidiana quando comparado aos programas da fase inicial”, explica Jessica.

O segundo motivo, destaca a profissional, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e com residência em ornitopatologia pela mesma instituição, está relacionado à intensa utilização de ionóforos monovalentes (principalmente monensina e salinomicina) nas fases de crescimento e abate, sem rotação, ocasionando a redução da sensibilidade dos coccídeos a esse tipo de ionóforos.

“A rotação entre moléculas de uma mesma classe de ionóforos (salinomicina por monensina, por exemplo) pode estar influenciando a maior prevalência de coccidiose após a fase inicial. Estudo de Weppelman e colaboradores (2008) mostrou que quando há redução da sensibilidade para um iónoforo de determinada classe, outros ativos pertencentes à mesma classe são também afetados e se tornam menos eficientes”, detalha a assessora técnica da Phibro.

Rotação de fato

O uso continuado de ionóforos pertencentes a uma mesma classe na avicultura de corte nacional pode ser um dos fatores que está contribuindo para a maior prevalência de coccidiose em aves de corte na fase de crescimento e abate. Assim, como novos anticoccidianos não estão sendo desenvolvidos há alguns anos, a especialista alerta que é essencial planejar a rotação de programas contra a doença, a fim de minimizar os impactos negativos de perda de eficácia dos recursos disponíveis no mercado.

Para solucionar o problema, a Phibro recomenda a realização de uma “rotação de fato”, trocando a classe de ionóforos entre os programas ao longo do ano, de modo que seja possível dar um “descanso” para os ionóforos de uma mesma classe de pelo menos 6 meses. O monitoramento da saúde das aves – que pode ser feito com programas, como o AVIS (disponível em www.phibrointestinalhealth.com) – é um importante auxílio para a indústria avícola conhecer a prevalência da coccidiose por idade ou fase e auxiliar na rotação de programas anticoccidianos.

“Um exemplo de rotação é, num primeiro programa (por exemplo, de inverno), associar nicarbazina com ionóforo monovalente na fase inicial e um ionóforo monovalente na fase de crescimento e abate. Em seguida, no próximo programa (por exemplo, de verão), o ideal para a rotação de fato seria associar nicarbazina com ionóforo glicosídico na fase inicial e um ionóforo glicosídico na fase de crescimento e abate”, recomenda Jessica Wammes. É muito importante escolher ionóforos que no histórico do seu desenvolvimento possuam foco principalmente nos coccídeos de maior impacto em desempenho zootécnico, com especial atenção para Eimeria maxima e Eimeria acervulina, reforça a assessora.

Programa AVIS

Disponível no Brasil desde 2019, Programa AVIS, da Phibro, obtém dados diretamente nas granjas, via aplicativo para smartphone. Essas informações são sincronizadas em um plataforma on-line. O aplicativo é extremamente simples e conta com guia de lesões, servindo como apoio técnico. Simples e completo, a ferramenta inclui parâmetros de avaliação do sistema intestinal e da coccidiose.

O programa AVIS também analisa os sistemas imune e respiratório, as lesões sugestivas de micotoxinas, o sistema locomotor e desenvolvimento. Na plataforma www.phibrointestinalhealth.com é possível emitir relatórios personalizados, sendo possível visualizar o comportamento da prevalência por idade, região, sexo, linhagem e tipo de galpão, auxiliando na gestão dos dados.

Fonte: Rafael Iglesias – Texto Assessoria

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