O Plano Safra 2019/2020 deve destinar pelo menos R$ 30 bilhões à agricultura familiar e cerca de R$ 1 bilhão ao seguro rural. A expectativa é que o montante total do plano fique em torno de R$ 220 bi, valor semelhante ao alocado no ciclo agrícola anterior (R$ 194,3 para agricultura empresarial e R$ 26 bi para a produção familiar). O programa de financiamento rural deve ser anunciado pelo governo federal na próxima terça-feira (18), no Palácio do Planalto.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) chegou a marcar o lançamento do Plano Safra para esta quarta-feira (12). No entanto, como somente nessa terça (11) o Congresso Nacional aprovou o crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões para o governo federal quitar despesas correntes, o Mapa precisou adiar o anúncio para a próxima semana.
Do total do crédito suplementar aprovado pelo Congresso, R$ 10 bi serão usados na equalização dos financiamentos do plano, que contempla crédito para as operações de custeio, comercialização e investimento.
Segundo a ministra Tereza Cristina, o plano já está pronto para ser anunciado. Na última segunda-feira (10), após participar do 1º Fórum de Líderes do Agronegócio, em Campinas, ela afirmou que a política pública não será aquela que “a gente desejava, maior do que o plano do ano passado”.
“Ele vai ser um plano mais ou menos do mesmo tamanho. O que a gente pode ter são algumas modificações em taxas de juros. Aumenta um pouquinho num programa, diminui no outro para a gente poder fazer com que ele fique do tamanho que foi ano passado”, disse a ministra.
As taxas de juros são justamente a grande preocupação dos produtores rurais. Em 2018/2019, dos R$ 151,1 bi destinados ao crédito de custeio, R$ 118,8 bi tinham juros controlados (taxas fixadas pelo governo) e R$ 32,3 bi, juros livres (livre negociação entre a instituição financeira e o produtor).
A equipe econômica liderada pelo ministro Paulo Guedes tem dito que pretende reduzir os juros subsidiados, o que causa apreensão no setor produtivo agrícola. Ainda mais diante da crise enfrentada pelas cadeias de arroz, cana, café, pecuária de leite e pecuária de corte, em consequência do endividamento e dos altos custos de produção.
Fonte: AgroemDia