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Pesquisadores apresentam avanços da mecanização na cultura do algodão

A mecanização está presente em todos o processo de produção de algodão, da preparação do solo à colheita passando pelo plantio e  beneficiamento,  com impacto em fatores tão diferentes quanto qualidade, produtividade e custos de produção. Na tarde desta terça (27.08), produtores rurais tiveram a oportunidade de assistir a um panorama de trabalhos sobre o tema, na sala temática A mecanização como fator de melhoria da produtividade.  A atividade integra a programação do 12º Congresso Brasileiro de Algodão que acontece até esta quinta (29.08), no Centro de Convenções de Goiânia, em Goiás.

“Quando se fala nos efeitos da mecanização, é preciso pensar em produtividade num sentido amplo, que envolve não apenas aquilo que é medido em arroba por hectares, mas tudo que diz respeito à própria sustentabilidade do modelo produtivo”, ressaltou, na abertura da sala, o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste,  Fernando Lamas.

 Um exemplo prático deste cenário foi demonstrado pelo presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Moresco. Em seu trabalho, ele contou os resultados obtidos com o projeto Fazenda Samambaia, que gerou ganhos de cerca de US$ 350 por hectare a partir do investimento em equipamentos e num sistema de plantio com taxa variável de sementes e adubos.

“A mecanização com tecnologia embarcada tem alto custo e  exige mão de obra especializada, mas permite alcançar resultados em ambientes diferenciados e com uma taxa de retorno alta”, afirmou o engenheiro agrônomo, ao ressaltar também que os equipamentos hoje estão mais amigáveis ao usuário.  “A agricultura 4.0 já é uma realidade”, finalizou.

Geraldo Pereira, da empresa Equipe consultoria agronômica destacou em sua apresentação o impacto da mecanização na qualidade da pluma. “Hoje, só produzir não adianta, é preciso qualidade, e para isso não basta apenas máquinas de alta tecnologia, mas pessoas qualificadas”, opinou. Já o consultor Milton Ide ressaltou que muito mudou nos últimos 35 anos na mecanização da lavoura. “Pulverizávamos de maneira arcaica com tratores adaptados. Mas não são as máquinas que melhoram a produção, e sim a qualidade na aplicação. Assim como quando há perdas na lavoura, a culpa não é, necessariamente, da máquina. O humano no comando das máquinas ainda é o mais importante”.

Compradores e produtores querem saber: Como reduzir o índice de fibras curtas?

O comprimento das fibras é barreira técnica e econômica para a lavoura algodoeira. Por isso, o 12º Congresso Brasileiro do Algodão trouxe para os participantes a seguinte questão: “Como reduzir o índice de fibras curtas?”. O tema foi abordado pelo pesquisador do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), Jean Louis Belot, pelo professor da Texas Tech University, Glenn Ritchie e pelo Mestre da Universidade de Paris XI, Jean Luc Chanselme na tarde desta terça-feira (27), em Goiânia, já que o mercado internacional tem se mostrado incomodado com os índices elevados de fibras curtas no Brasil.

Para os especialistas, a resistência, a maturidade e a força impactam diretamente no comprimento da fibra que está entre as principais reclamações dos compradores internacionais. “Existem medidas, em nível de campo, para aumentar a maturidade e preservar a fibra, ou seja, há como mitigar este problema e o produtor precisa estar consciente”, afirma Jean Belot. Ele destaca ainda que a qualidade da fibra é inicialmente elaborada no campo, sendo que a variedade irá definir o padrão geral de qualidade intrínseca da fibra, cujas características têm determinismo genético importante como comprimento, diâmetro e resistência. Ele acrescenta ainda que as condições de manejo e de clima irão interferir significativamente sobre fibras. “Daí a importância de alertar os produtores, visando contribuir para a redução do índice de fibras curtas, apesar de não termos algodão de calibração ou mesmo um index de aferição adequado à realidade brasileira”.

Entre as recomendações, o pesquisador aponta o manejo para reduzir o potencial de gerar fibras curtas. “Ele afeta diretamente a resistência que é o parâmetro mais importante a ser avaliado e também correlacionado à maturidade das fibras”, acrescenta Belot, lembrando ainda que a escolha da variedade é fundamental para o comprimento. Outro aspecto salientado por Belot é avaliar a época do plantio, controlar a ramulária tardia, além do uso adequado dos desfoliantes e maturadores. Segundo ele a relação entre o campo e a algodoeira deve estar em harmonia porque os problemas quanto ao índice de fibras curtas são reais, mas não generalizados. “Com todas essas orientações, podemos minimizar o potencial de gerar fibras curtas, melhorar a qualidade do nosso algodão e conquistar ainda mais a confiança do comprador internacional”, finaliza, Belot, ressaltando que o manejo não pode ser esquecido no operacional das fazendas brasileiras.

Fonte: AgriPress

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