Uma pesquisa realizada na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UNB) comprovou as vantagens da Brachiaria de alta qualidade também para a fenação. Se destacaram nos resultados, além da maior produção de massa seca, a boa digestibilidade do feno obtido da Brachiaria híbrida Mavuno e a manutenção do elevado valor nutricional.
“Os dados corroboram com o que vemos no campo e com o que os produtores veem, seja em pasto convencional ou mesmo pra conservação de forragem. É o Mavuno mostrando sua habilidade para fenação”, afirma a engenheira agrônoma Ana Caroline Pereira da Fonseca, autora da pesquisa “Produção e Composição químico-bromatológica de feno da capim Mavuno”
A fenação é uma alternativa utilizada com frequência por pecuaristas para conservar forragens de boa qualidade, aproveitando sua produção das épocas de abundância para suprir necessidades de volumoso para os rebanhos, principalmente para épocas de escassez. O processo de fenação, consiste na desidratação da planta forrageira e resulta em um produto de alto valor nutritivo e com baixo nível de perdas que pode ser armazenado por longos períodos.
“O feno, a exemplo da silagem, é um suplemento caro que só se utiliza na pecuária avançada. Quando o processo é feito corretamente, a qualidade da forrageira permanece. Mas se sua origem for forrageira de baixa qualidade o feno será de baixa qualidade também”, explica o professor PhD Gilberto Gonçalves Leite, orientador da pesquisa.
O experimento foi realizado na estação experimental da Fazenda Água Limpa (FAL) pertence à Universidade de Brasília, no Núcleo Rural Vargem Bonita, Distrito Federal, nos meses de fevereiro e março de 2019. Os objetivos do estudo foram medir a produção de feno por hectare, os teores de proteína bruta e de fibra em detergente neutro, a digestibilidade in vitro de matéria seca e a produção de gases in vitro. Para isso foram retiradas amostras em três locais distintos do pasto com Mavuno e em quatro épocas de corte diferentes com 28, 35, 42 e 49 dias.
Segundo o estudo, a produção de feno foi maior na época de corte de 42 dias, com 5.211,20 quilos por hectare. O teor de proteína bruta medido na análise bromatológica foi o maior no corte de 28 dias atingindo 8,41% com amostras superando 10,70% de proteína. O teor de proteína das amostras coletadas no pasto com 49 dias de corte também surpreendeu os pesquisadores atingindo 6,32%.
Os resultados de volume de gás e de digestibilidade in vitro da matéria seca também mostraram que o feno de Mavuno possui padrões de fermentação semelhantes nas diferentes idades de corte indicando que a forragem manteve sua alta digestibilidade mesmo com o avanço das idades, favorecendo o consumo de matéria seca pelos animais.
“As melhores idades de corte variaram entre 35 e 42 dias, quando pudemos obter bons resultados de produção com qualidade nutricional. E, apesar da redução na digestibilidade, ela ainda se mostrou elevada aos 49 dias”, destaca Fonseca.
O resultado surpreendeu os pesquisadores pois a literatura indica que a maior a idade de corte resulta na falta de substrato nitrogenado necessário para a ação dos microrganismos da fermentação.
A conclusão da pesquisa destaca ainda que “a forragem de feno de capim Mavuno possui um excelente potencial de qualidade e aproveitamento quando ingerido pelos animais, além de manter o valor nutricional mais elevado do que em feno de outras espécies de Braquiária”
“Mavuno é um híbrido que se mostra versátil a cada novo resultado científico. Sabemos de suas características e seu potencial para melhorar a produtividade da pecuária brasileira e estamos sempre abertos a apoiar estudos e pesquisa de universidades e Institutos de pesquisa”, afirma o coordenador técnico da Wolf Sementes, empresa que desenvolveu a Brachiaria híbrida Mavuno, Edson de Castro Junior.
Fonte: Daniel Navarro – OPA Comunicação