Os cachos de uva revelam muito mais que uma boa colheita. No Cerrado goiano, a Emater Goiás desenvolve projetos de pesquisa voltados à avaliação de variedades de uvas, com o objetivo de gerar informação técnica confiável e ampliar as alternativas produtivas para produtores rurais do estado.
Na Estação Experimental Nativas do Cerrado, em Goiânia, o trabalho acompanha todas as etapas do processo produtivo, do plantio à colheita, com monitoramento contínuo e coleta sistemática de dados. Durante o cultivo, são avaliados indicadores como produtividade, resistência das plantas e tolerância a pragas e doenças, permitindo uma análise precisa do desempenho de cada variedade nas condições edafoclimáticas do Cerrado.
Segundo o pesquisador Laureano Vargas, responsável pelo estudo, cada cacho colhido representa evidências concretas de um trabalho conduzido com método, acompanhamento técnico e rigor científico.“Após um trabalho criterioso de pesquisa, identificamos cinco variedades de uva com melhor adaptação às condições do Cerrado. Algumas são voltadas ao consumo in natura, de origem norte-americana, e outras apresentam potencial para a produção de vinho”, explica.
Além da pesquisa conduzida na região central do estado, a Emater Goiás também desenvolve um experimento com cultivares de uva na Estação Experimental de Porangatu, no norte de Goiás. Implantado, inicialmente, em 2015 e retomado recentemente com coleta sistemática de dados, o estudo avalia a adaptação das cultivares Violeta, Vitória, Magna, Niágara Rosada, Ísis e Isabel às condições climáticas da região.
O experimento acompanha as principais fases fenológicas das plantas, como brotação, florescimento, maturação dos frutos e período de colheita, além da qualidade da produção, considerando aspectos como aparência, sabor e teor de açúcares. A poda de produção foi realizada no início de setembro e, já no começo de outubro, foram observadas as primeiras brotações, indicando boa resposta das plantas ao manejo adotado. As colheitas tiveram início em dezembro, demonstrando que, com orientações técnicas adequadas, é possível produzir uvas de qualidade no norte do estado.
De acordo com o engenheiro agrônomo e gerente da Estação Experimental de Porangatu, Weslley Oliveira, a finalidade do experimento é gerar informações técnicas que auxiliem produtores rurais na tomada de decisão, especialmente quanto à escolha de cultivares e ao manejo mais indicado para a região.”Os resultados preliminares são promissores e reforçam o potencial da fruticultura como alternativa de diversificação produtiva”, explica.
Para o presidente da Emater Goiás, Rafael Gouveia, a pesquisa agropecuária é o caminho para transformar desafios em soluções no campo.“Além de uma alternativa viável de produção, esse conjunto de estudos com variedades de uva mostra como o conhecimento científico, aliado à extensão rural, pode ampliar a renda do produtor e fortalecer a agricultura regional”, pontua.”A pesquisa com variedades de uvas tem como foco transformar conhecimento em orientação prática para o produtor rural. A partir dos resultados obtidos nas diferentes regiões do estado, a Emater Goiás poderá indicar, com maior segurança, quais cultivares apresentam melhor adaptação e desempenho produtivo em cada realidade do Cerrado goiano”, reforça o gerente de pesquisa da Emater Goiás, Cleiton Mateus.
Fonte: Emater Goiás



