O mercado pecuário está em fase de baixa. A previsão é de que o alto número de abate de fêmeas, no momento atual, levará a uma menor oferta de bezerros na safra de 2025, promovendo a retomada do preço da arroba do boi gordo. Por isso, é importante o pecuarista investir em genética de qualidade neste momento, afinal a inseminação de hoje que vai produzir o bezerro de 2025.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o abate de bovinos, no segundo trimestre de 2023, totalizou 8,25 milhões de animais abatidos, maior volume em segundos trimestres, desde 2015. O cenário é reflexo do mercado entre 2020/2021, quando o abate de fêmeas caiu ao menor patamar, desde 2003.
O Analista de Mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, ressalta que o pecuarista deve sempre se lembrar que o mercado é soberano e o ciclo pecuário tem grande influência. “Ao encarar uma fase de baixa, como a atual, a melhor estratégia é aumentar o estoque de arrobas, investir em genética. Na fase de alta que se deve colocar o pé no freio, comprar o essencial e investir em estrutura, como pastagens, para na fase de baixa, ter onde estocar arrobas”.
No atual cenário, o Gerente Comercial da ABS Brasil, Carlos Vivacqua, destaca que ainda não houve a recuperação esperada no preço da arroba, mas, por outro lado, diversos insumos tiveram redução expressiva. “Dessa maneira há um equilíbrio no resultado dessa operação. Menor desemprego, redução de juros e distribuição de renda tendem a melhorar a demanda, evitando quedas no valor da arroba. Estamos otimistas com relação ao mercado e devemos estar preparados para o ciclo de alta”.
Felipe Fabbri enfatiza que é importante o pecuarista investir agora para obter lucro lá na frente. “Quanto mais vacas conseguirmos emprenhar nessa temporada, melhor poderá ser o resultado do pecuarista que atua no sistema de cria e ciclo completo. E o uso de inseminação artificial e genética de qualidade entra como um fator diferencial para obter maior lucro com esses bezerros em 2025”.
E a tecnologia que garante o progresso genético dos rebanhos está cada vez mais presente em todo o território nacional. “A inseminação artificial é o único insumo que deixa residual entre gerações, tem um custo ao redor de 2% do custo de produção, sendo a melhor relação custo x benefício. É uma técnica altamente sustentável, que atende as demandas socioambientais e permite a seleção genética e utilização dos melhores reprodutores, independente de raça, permitindo ao criador a melhor decisão para seu perfil de investimento”, destaca Carlos Vivacqua.
Fonte: Élcio Fonseca