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Parque Vida Cerrado dá continuidade ao protocolo inédito de reintrodução de lobos-guará

Seis meses após a soltura, especialistas avaliam dados dos animais.

O Parque Vida Cerrado, primeiro e único centro de educação socioambiental do Oeste baiano, realizou mais uma etapa prevista no protocolo inédito que vem sendo desenvolvido em parceria com o ICMBio para a reintrodução de lobos-guará — espécie ameaçada de extinção – em áreas agrícolas.

Durante os meses de vida livre, as atividades dos filhotes Baru e Caliandra foram acompanhadas pelos especialistas. Para a realização da soltura, os animais receberam colares para monitoramento de seu deslocamento diário e um monitor cardíaco. Agora, seis meses após a soltura, pesquisadores, biólogos e veterinários do Parque Vida Cerrado podem avaliar com mais detalhes o desempenho dos animais e os resultados preliminares da reintrodução. A equipe também contou com o apoio do analista ambiental do ICMBio, Rogério Cunha de Paula, e da pesquisadora Rosana Moraes.

Caliandra: mais de 100 mil hectares já percorridos

No dia 12 de setembro, a Lobo-Guará Caliandra, de dois anos, foi capturada para a avaliação de saúde e leitura dos dados do colar GPS e do monitor cardíaco. “Os exames clínicos demonstram que a loba está bem, com bom score corporal e saudável. Os dados revelam ainda a ausência de lesões ou sinais de conflitos, o que mostra que, nestes últimos seis meses, Caliandra tem vivenciado uma reintrodução satisfatória”, avalia Paula Damasceno, veterinária do Parque Vida Cerrado.

O monitoramento de Caliandra também envolve outras estratégias. Além de permanecer vigiada 24h/7 dias por semana por meio do seu colar GPS, equipes de biólogos e veterinários se revezam em idas constantes ao campo para avistá-la presencialmente. Há também o acompanhamento das câmeras instaladas em pontos de circulação e relatos de fazendas da região – elementos importantes para o processo de acompanhamento, indicando também as respostas dos animais à presença humana.

“Todos os dados que já analisamos e que continuamos a monitorar são fundamentais para dar continuidade ao

protocolo inédito que vem sendo desenvolvido e que pode se tornar referência para resgates e reintrodução não apenas para lobos-guará, mas também para outros canídeos silvestres”, explica Gabrielle Bes da Rosa, coordenadora do Parque Vida Cerrado.

Um dado interessante que chamou a atenção dos pesquisadores foi o deslocamento da Caliandra. No período de 12 de maio a 12 de setembro, o animal percorreu uma área aproximada de 100 mil hectares. É interessante observar que, em busca de novas áreas para se alimentar e beber água, a loba permaneceu sempre próxima à vegetação das APPs (área de preservação permanente), o que reforça a importância dos corredores ecológicos para a conservação das espécies.

Em março, uma nova captura está programada para a realização de outra avaliação.

Para a realização do projeto de reintrodução, o Parque Vida Cerrado conta também com a parceria das empresas Sementes Oilema, Condomínio Agrícola Santa Carmem e Irmãos Gatto Agro para a reintrodução de lobos-guará. Este projeto é orientado pelo ICMBio/CENAP e conta com o apoio da ONG Jaguaracambé e projeto Sou eu Pequi, responsáveis pela iniciativa de Brasília.

BARU

Assim como Caliandra, Baru, de dois anos, estava sendo monitorado constantemente pela equipe. O animal vinha evoluindo bem. Infelizmente, em setembro, a inatividade do colar GPS do animal indicou um alerta para a equipe, que logo constatou o óbito. O exame de necropsia indicou que Baru teve sua pata mordida por uma serpente peçonhenta.

“Baru partiu muito antes do esperado, mas teve uma contribuição essencial para a conservação e reintrodução de sua espécie”, diz Gabrielle Bes da Rosa, coordenadora do Parque Vida Cerrado.

Em 25 de junho de 2020, Baru foi resgatado junto com seus irmãos após ser constatado o óbito da mãe. Durante dois anos, ao lado de Caliandra, resgatada no dia 28 de agosto de 2020 no oeste da Bahia com aproximadamente três meses, os lobos-guará integraram o projeto de reintrodução à vida livre. Os filhotes permaneceram por 10 meses no recinto de reabilitação, instalado em uma das APPs (área de preservação permanente) do parceiro Irmãos Gatto Agro, para reconhecer o ambiente e melhorar os instintos de caça e forrageamento.

Fonte: Assessoria Galvani

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