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Os impactos da Selic na vida do produtor e do consumidor

Diante do movimento de alta desde março de 2021, no qual a taxa passou de 2% anualmente para os atuais 11,75% ao ano, é necessário buscar alternativas à crescente elevação de juros, principalmente em financiamentos

Nos últimos tempos o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, mas conhecido como Selic, tem sido assunto frequente na mídia. Mas, muitas vezes nem imaginamos como o sistema administrado pelo Banco Central do Brasil (BCB), em que são negociados títulos públicos federais, pode (e tem) impactado diretamente no dia a dia da população, principalmente sobre empréstimos, financiamentos de imóveis, veículos, equipamentos e projetos.

Quando a taxa Selic sobe, teoricamente os juros cobrados nos financiamentos e o valor dos empréstimos ficam mais altos, e isso desestimula o consumo, o que favorece a queda da inflação. Quando a Selic cai, há um cenário favorável para se tomar dinheiro emprestado, uma vez que os juros cobrados nas operações ficam mais baratos, e isso favorece o consumo.

Vale ressaltar que neste momento o brasileiro está sentindo na pele um movimento contrário, ou seja, a alta da inflação, mesmo com a Selic em movimento de alta. “O BCB faz essa manobra com o intuito de frear a alta da inflação, mas isso não está ocorrendo na prática devido alguns fatores, entre eles: alta do preço das commodities, como os combustíveis derivados de petróleo, desvalorização cambial e, mais recentemente, a crise dos fertilizantes em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia”, acrescenta John Alex Kalef, administrador e diretor executivo da AgroPermuta, fintech agrícola que oferece soluções inovadoras de financiamento como uma alternativa aos bancos.

Segundo o administrador, há ainda questões importantes que precisam ser levadas em conta, como por exemplo as próximas eleições presidenciais. “Pode ser que medidas tipicamente eleitoreiras compliquem ainda mais o cenário macroeconômico em um futuro próximo, deixando as decisões importantes para o próximo presidente; o momento realmente hoje é de incerteza. Com relação ao comportamento da  taxa de juros, temos uma grande expectativa por parte da população agrícola que está esperando para ver como será o plano safra. Por todas essas questões é possível que a Selic passe dos 12%, a depender do comportamento da inflação”, diz

Voltando um pouco a um passado não tão distante, entre 2008/2009, a Selic era de 14% a.a, e mesmo assim o País cresceu, se fortaleceu, porque a economia brasileira ficou resiliente, ou seja, buscou alternativas. Segundo Alex, hoje a questão é semelhante, mas é preciso entender que quando a Selic foi descendo, as pessoas foram se acostumando em achar que o governo era benevolente e que o País estava crescendo. Quando veio a pandemia tudo mudou.

Hoje o mercado para quem faz investimento, seja ele qual for, está mais consciente de que os juros não vão vir mais baratos, obviamente há algumas instituições que estão sendo mais agressivas para ganhar carteira. “Exemplo muito prático é a Caixa, que está usando um artifício que ela tem de usar os seus recursos de poupança, para poder emprestar isso muito mais barato. É o risco que estão assumindo”, ressalta o administrador.

Alternativas imediatas

Em momentos como os atuais, de alta, é preciso buscar alternativas ou dinheiro mais barato no mercado, principalmente para financiamentos. Uma dessas soluções, que é embasada em planejamento, é o programa Compra Programada da AgroPermuta. Essa ferramenta consiste em uma carta de crédito, na qual o produtor planeja o financiamento de projetos agropecuários, não só de silos e sistemas de armazenagem, mas também usinas solares, sistemas de irrigação, compra de veículos, máquinas e implementos agrícolas.

“Hoje, para adquirir um bem, o produtor pega dinheiro mais caro, nossa proposta é mudar isso. Além de oferecer a menor taxa de juros do mercado, muito mais atrativa que a Selic por exemplo, queremos propor um planejamento na compra, ou seja, a construção de uma reserva financeira para adquirir esse bem”, diz Kalef.

A Compra Programada não é um consórcio, e sim um contrato de financiamento programado. Sendo assim, não existe sorteio ou lance, ao pagar 50% das prestações do contrato, o produtor poderá utilizar a carta de crédito no valor integral contratado.

Há também o Conta Programada Financiamento, que foi criado mais recentemente e pensado justamente para preencher a lacuna do financiamento comum que todos conhecem. Com a nova modalidade, o produtor cria uma reserva de 30% e já é possível ter acesso à contemplação da carta de crédito. “O que fizemos foi instituir um produto que se adequa muito mais às realidades dos vendedores, também à realidade do produtor. Assim, desembolsar uma carta de crédito 30% é muito mais acessível”, cita.

A proposta da AgroPermuta é fazer com que o produtor entenda os benefícios que o planejamento traz para ele, um deles obviamente são as taxas de juros mais baratas. “Com as nossas ferramentas, o agricultor pode planejar melhor o seu caixa. Agora, ao invés de oferecer meses, estamos oferecendo safras, por exemplo 12 meses, duas safras, 18 meses, três safras e daí por diante”, detalha Kalef.

Qualquer produtor de grãos do Brasil, independente da sua região, pode ter acesso ao crédito AgroPermuta, basta que passe pela análise de crédito. Graças ao investimento em alta tecnologia essa análise é feita de maneira simples e descomplicada, e em até 48 horas o cadastro pode estar pré-aprovado. Após isso, a provação e a formalização (assinatura) são 100% digitais, e a Agropermuta faz toda a parte de cartório e registro. Os prazos disponíveis são 12/24/36/48 meses.

Quanto ao pagamento, o produtor vai usar sua safra de grãos como garantia e não precisará comprometer o seu limite de crédito bancário. O mesmo será feito por meio de uma CPR Financeira, que pode ter como lastro até três safras futuras, já que a quitação do investimento será feita em três parcelas anuais. “Queremos mostrar que o produtor não precisa mais ser refém da instituição financeira comum, onde existem armadilhas”, finaliza o diretor executivo.

Fonte: RuralPress

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