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O que era o MATOPIBA sem a soja

Uma resposta ao estudo e matéria publicada pelo Valor Econômico

Há vinte anos, sem a produção de soja, os municípios da região hoje chamada de MATOPIBA estavam em uma situação deplorável de extrema pobreza. Nem acesso de infraestrutura existia, muitas das casas não eram de alvenaria e não havia oferta de bens serviços básicos.

Vinte anos mais tarde, a região floresceu e a pujança do agronegócio, na contramão das políticas públicas e falta de incentivos, mudou o panorama. Evidentemente, alguns se destacaram, como em qualquer lugar no mundo, por decisões dos governos e políticos locais, aptidão das terras e investimentos privados.

Cidades que “não existiam” hoje são polos produtores e exportadores, com grande geração de empregos e serviços variados ligados ao agronegócio. Diretamente nas propriedades, indiretamente nas revendas de insumos, máquinas e equipamentos agrícolas. E empregos induzidos nos hotéis, restaurantes, supermercados, farmácias e butiques, já que com renda e investimentos houve demanda por esses serviços.  Tudo isso, preservando 73% do Cerrado da região e com uma agricultura que não ocupa nem 7%. Ou seja, altamente eficiente e sustentável.

A próxima fase seria a entrada da indústria de rações e carnes na região, mas isso depende muito de políticas de incentivos para que os empresários vejam vantagens comparativas em se instalarem lá. Naturalmente, hoje ainda com a precária infraestrutura e a competição de outros estados que produzem soja e milho mais baratos, não é uma tarefa trivial. Portanto, atribuir a falta de uma cadeia econômica local maior ao modelo de produção seria falta de visão global de como as cadeias funcionam e se relacionam.

Sobre a alegação da não homogeneidade na distribuição de riqueza

Não é função dos produtores distribuir riqueza e promover igualdade de desenvolvimento socioeconômico em todos os municípios, mas dos gestores públicos. Entretanto, é evidente que nos municípios em que a soja e o milho são plantados, a vida das pessoas melhorou se comparado ao que era antes da chegada da agricultura tecnificada. O índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos mesmos, mais que dobrou.

Segundo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD) de 1991 até 2010 o município de Correntina cresceu 116% no IDH, saltando de 0,279 (baixíssimo) para 0,603 (médio), e para o município de Formosa do Rio Preto houve um crescimento de 64,36% no índice, saltando de 0,376 (baixo) para 0,618 (médio). Outro exemplo está no município de Bom Jesus (PI) que no mesmo período, o IDHM do município passou de 0,376, em 1991, para 0,668, em 2010, enquanto o IDHM do Piauí passou de 0,493 para 0,727. Isso implica em uma taxa de crescimento de 77,66% para Bom Jesus e 47% para o PI;

E não vamos nos esquecer que estamos falando de municípios extremamente pobres, a maioria da Região Nordeste, e que se encontram nesta situação por total abandono dos políticos locais. Não fosse os agricultores que lá estão, não haveria nenhum modelo de desenvolvimento sendo adotado na região, situação que se encontravam antes.

Portanto, o estudo e a matéria publicada pelo jornal Valor Econômico expõe seu viés ideológico ao assumir que seria responsabilidade do modelo econômico ou dos produtores fazer distribuição de riqueza. Trata-se de uma visão equivocada que foi na prática revelada insustentável pelo governo do Partido dos Trabalhadores, pois não cria a cultura da geração de emprego e de renda, mas da dependência do Estado.

Os gestores públicos neste caso deveriam ter promovido políticas de incentivos para que indústrias e empresas ligada ao agro se instalassem nesses municípios, gerando mais empregos e arrecadação direta e indireta de impostos. Sobretudo empresas de prestação de serviços, sabidamente setor econômico com maior potencial de geração de postos de trabalho.

Vivemos uma nova época em que as pessoas estão esperançosas de que o futuro será diferente, melhor. Que os políticos da região façam a diferença, deixando de pensar no governo, pensem no estado, para criar um ambiente propício ao desenvolvimento e geração de emprego e renda.

Os produtores rurais seguirão cumprindo seu dever de cidadãos de trabalhar duro e gerar alimentos abundantes e baratos, receita, empregos, mais arrecadação de impostos e desenvolvimento para o Brasil. E reafirmamos, onde tem soja a vida das pessoas melhorou, isso é um fato.

Assinam: Associação Brasileira dos Produtores de Soja – APROSOJA BRASIL // Associação Dos Produtores De Soja E Milho Do Estado Do Maranhão – APROSOJA MARANHÃO // Associação Dos Produtores De Soja E Milho Do Estado Do Tocantins – APROSOJA TOCANTINS // Associação Dos Produtores De Soja Do Estado Do Piauí – APROSOJA PIAUÍ // Associação Dos Produtores De Soja E Milho Do Estado Da Bahia- APROSOJA BAHIA

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